Os idosos devem sentir um impacto maior de uma conta de luz mais cara. Os consumidores da terceira idade são os que mais têm a renda comprometida com energia elétrica. Segundo o IPC-BR (Índice de Preços ao Consumidor no Brasil) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), feito com base nos dados da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) do IBGE, em média, 3% do orçamento dos idosos é destinada a conta de energia, enquanto a população em geral, 2,5%.
De acordo com o economista André Braz da FGV, as pessoas com mais de 60 anos tendem a ficar mais tempo em casa, então consomem mais energia elétrica.
? Famílias com indivíduos mais jovens, em geral, saem para atividade profissional, para a escola e o apartamento fica fechado sem grande consumo de energia.
No início do ano passado, o governo federal anunciou uma redução de 18% na conta de luz para as residências e de até 32% para as indústrias, agricultura, comércio e serviços. A medida surtiu efeito positivo no custo de vida da terceira idade.
A inflação em 2013 para os idosos teve alta de 5,48% no ano passado, segundo o IPC-3i (Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade) da FGV, menor do que o índice geral do País, o IPC-BR, que subiu 5,63%.
Este ano, a situação será diferente com reajustes já anunciados pelas distribuidoras. No caso de São Paulo, as contas vão subir em média 18% em 2014, de acordo com a aprovação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para as tarifas da AES Eletropaulo.
? Da mesma forma que vai subir mais esse ano, contribuirá mais no custo de vida do idoso e vai favorecer o acréscimo na inflação da terceira idade.
O economista estima que aumento do custo de vida do idoso deve ser em média de 15% em 2014, com os reajustes já divulgados pelas distribuidoras.
Futuro
Para os próximos anos, o cenário também não é animador. Especialistas esperam que já em 2015, a tarifa de energia tenha um reajuste entre 11% e 30%. Já o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse à rádio CBN nesta quarta-feira (30) que o governo pretende reajustar a conta de luz em 2,6% em 2015, em 5% no ano seguinte e em 1,4% em 2017.
Uma visão mais pessimista mostra que a crise no setor elétrico pode demorar dez anos para ser amenizada. O vice-presidente da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia), Paulo Cesar Tavares, afirma que ?é preciso, no mínimo, uma década para amortizar? os subsídios dados ao setor e os investimentos do Plano Nacional de Eficiência Energética.