IML que marcava corpos a caneta suspende necropsias

O fechamento ocorreu dez dias após o jornal Folha de S. Paulo mostrar que a sala de necropsia chegava a acumular poças de sangue.

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A Secretaria da Segurança Pública fechou na última terça-feira o necrotério da sede do IML (Instituto Médico Legal) de Artur Alvim, na zona leste de São Paulo. O local era o responsável por receber e fazer a necropsia de todos os corpos de pessoas que tiveram mortes violentas na região leste da cidade.

O fechamento ocorreu dez dias após o jornal Folha de S. Paulo publicar uma reportagem mostrando que a sala de necropsia chegava a acumular poças de sangue e dejetos de corpos porque o encanamento do local estava quebrado.

Além disso, as geladeiras estavam lotadas e a forma de identificação dos corpos não era a ideal: eles eram marcados com os números do prontuário escritos a caneta direto na pele.

Sem equipamentos específicos, os técnicos usavam facas de churrasqueiro para cortar os corpos. Em alguns plantões, até 20 corpos passavam por autopsia.

Segundo funcionários, o fechamento ocorreu para que a sala passasse por reformas. Os exames de corpo de delito continuam sendo feitos normalmente no IML.

Desde anteontem, os corpos que antes eram levados para a zona leste, estão sendo encaminhados para o IML central, em Pinheiros, ao lado do Hospital das Clínicas.

Os médicos e técnicos de Artur Alvim também estão dando plantões na unidade do centro --que com o aumento da demanda não tinha espaço ontem para armazenar os corpos nas geladeiras.

A expectativa dos servidores é que o situação volte ao normal na próxima semana.

Procurada, a Secretaria da Segurança Pública não se manifestou ate a conclusão desta edição. O superintendente da Polícia Técnico-Científica, Celso Periolli, a quem o IML é subordinado, não foi localizado.

Na semana passada, a pasta abriu, a pedido da Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo, inquérito sobre as irregularidades no IML de Artur Alvim. As investigações ainda não foram concluídas.

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