A Polícia Civil do Distrito Federal trata o incêndio em um bloco da 310 Norte na manhã desta quarta-feira (30) como um caso de feminicídio. Segundo o delegado Laércio Rossetto, responsável pela ocorrência, as investigações preliminares apontam que José Bandeira da Silva – dono do apartamento de onde partiram as chamas – matou a mulher. Veigma Martins foi atingida com cinco facadas no tórax e depois o marido ateou fogo nela.
“O que a gente tem de concreto, de acordo com a dinâmica da perícia, é que temos mais um caso, infelizmente, de feminicídio”, disse Rosseto.
De acordo com o delegado, o casal de moradores estava juntos havia dez anos e estava em um processo de separação. A vítima, de 56 anos, já havia denunciado o marido, de 80 anos, pela Lei Maria da Penha em uma ocorrência registrada em março de 2018.
“O modus e a narrativa do histórico [na ocorrência registrada anteriormente] é bem similar ao que aconteceu aqui. Ele já narrava essa ameaça, de que iria matá-la e em seguida atentar contra a própria vida.”
Ao fazer a perícia no apartamento, os policiais encontraram marcas de sangue. “Isso demonstra que houve briga, que alguém foi lesionado. Ele também está lesionado.”
Depoimentos de testemunhas reforçam a teoria. “Já havia histórico. Foram ouvidas discussões de dentro do apartamento. Vizinhos acionaram a polícia e o Corpo de Bombeiros. A vizinha que mora na mesma entrada no andar de cima acordou com os barulhos”, complementa o delegado.
Veigma foi encontrada carbonizada. Já José Bandeira da Silva chegou a receber atendimento dos bombeiros fora do apartamento, mas morreu por parada cardiorrespiratória.
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