O Açude Grande de Campo Maior, município localizado a 85 km de Teresina, é um dos mais belos pontos turísticos do Estado do Piauí. Com um belo pôr do sol no fim do dia, as garças repousam próximo ao lugar para descanso, onde é conhecido como ‘berçário das garças’. No entanto, no início desta semana o local foi atingido por um incêndio, o que despertou a atenção das autoridades e ambientalistas.
Por conta da predominância da ave no local, o santuário das garças se tornou um símbolo da cidade. Quem cruza a BR-343 nas proximidades do Hospital Regional de Campo Maior, no início da noite, certamente já observou que é justamente a vegetação daquela região que serve como local de repouso da ave.
Já nesta terça-feira (20), vereadores cobraram durante a sessão medida da Secretaria Municipal de Meio Ambiente no Berçário. Uma comissão formada pelos vereadores Fernando Miranda, presidente da Câmara, Neto dos Corredores e João Maroca visitou o Berçário na segunda-feira.
Na manhã de terça, os vereadores voltaram ao terreno, dessa vez, acompanhados do presidente do Conselho Estadual de Cultura, professor Cineas Santos.
“Os campomaiorenses, infelizmente, ainda não se deram conta das potencialidades. Estou falando das potencialidades culturais, históricas, ecológica. Quantas cidades no Brasil existem com um berçário na entrada da cidade? A questão do ninhal é apenas umas das questões que afetam Campo Maior. O que aconteceu (incêndio) é crime ambiental. O poder público tem que encontrar uma solução”, comentou Cineas.
À tarde, na sessão ordinária, o presidente Fernando Miranda apresentou requerimento para que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente haja para recuperar o berçário. O vereador Hamilton Segundo afirmou que a secretaria deve ser responsabilizada pelo crime de omissão e questionou a aplicação dos recursos do ICMS Ecológico. Já o vereador Daniel Soares cobrou ação imediata no local.
Em junho deste ano, a Câmara Municipal realizou uma Audiência Pública com o Conselho Estadual de Cultura para tratar sobre a preservação do Berçário das Garças, de carnaúbas e do patrimônio cultural de Campo Maior. Com representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambientes e do executivo, membros do conselho sugeriram a realização de uma série de medidas que deveriam ser adotadas.
Causas
Não se sabe ao certo o que levou o incêndio no local, porém, de acordo com o consultor ambiental Diego Ribeiro Chaves, que foi ate o local do incêndio, as causas podem ter sido causadas pela ação humana: “O Açude Grande de Campo Maior se tornou esquecido pelas autoridades e há muito tempo não tem a devida atenção por parte do Poder Público. Essa situação de descaso e abandono favorece desastres deste tipo. Percebemos uma grande quantidade de lixo e de mato seco que, em contato com uma bagana de cigarro, por exemplo, pode ocasionar chamas que se alastram com o vento”, explicou o consultor.