Um trabalho que beneficia o meio ambiente e gera emprego e renda. Em Teresina, o Emaús Trapeiros, com sede no loteamento Sol Nascente, na zona Leste de Teresina, trabalha com a recuperação de objetos usados e com reciclagem. O projeto mantém cerca de 18 famílias que dependem do local para o sustento das famílias.
Papel, papelão, plásticos e outros materiais são coletados, separados e vendidos para empresas especializadas em reciclagem. Ganha a natureza, que vai deixar de receber mais detritos, e ganha as pessoas que dependem do recursos para a sobrevivência através da reutilização de materiais.
Fundado em 1997, o Emaús trabalha em duas linhas de coletas: de materiais recicláveis e a de objetos usados, como móveis, eletrônicos e vestuário, que podem ser reaproveitados e vendidos no bazar que ocorre quinzenalmente.
O próximo bazar acontece neste sábado (17) na sede da associação, que fica na Rua Todos os Santos, n.º 2389, próximo a região da Samapi. As feiras onde são comercializados os objetos recebem uma média de 300 pessoas e todo o dinheiro arrecadado é dividido entre as famílias.
Gilligan Ferreira, presidente do grupo Movimento Emaús Trapeiros de Teresina, afirma que a iniciativa partiu do Padre João Paulo, da Pastoral do Povo de Rua. "O projeto foi criado com o objetivo de promover trabalho e renda. Quem participa recebe uma ajuda de custo de até um salário, que vem da reciclagem e da recuperação de objetos usados", revela.
Ele conta que quase tudo é reciclado na cooperativa.
“Trabalhamos com papel, papelão, plástico, ferro, alumínio. Só não trabalhamos com vidro. O maior orçamento vem da venda de material reciclável. Terças e quintas a gente faz a coleta em residências. Segunda, quarta e sexta eles coletam material reciclado”, acrescenta.
Lixo que garante o sustento das famílias
Enquanto os homens vão para a rua catar os materiais, as mulheres cuidam da chamada triagem e beneficiamento. Elas definem o que vai e o que não vai para a reciclagem, além de operar determinadas máquinas.
Francimar Sousa, de 39 anos, por exemplo, trabalha na máquina de prensa. É do ofício que ela sustenta os filhos, cuida do pai e ainda arruma tempo para estudar. “Nós recebemos esse material triturado. Para fazer a venda para fora, a gente reduz comprimindo o material. É daqui que tiro o sustento da minha família. Tenho quatro filhos, sou mãe solteira. Pago meus estudos. É um trabalho difícil que poderia ser valorizado pelo poder público”, conta.
Érika Sena, de 25 anos, diz que tem orgulho do emprego. “Eu trabalho na triagem. Quando a caçamba chega, eu faço a separação dos materiais. Aqui tiro o sustento da família e gosto muito de trabalhar aqui. Estou desde maio fazendo esse trabalho e para mim foi uma grande oportunidade. Se não fosse aqui eu estaria desempregada”, acrescenta.
Érika Sena trabalha na triagem dos materiais | foto: Lucrécio Arrais
Rutiele Silva conta que está contente com o trabalho. “Aqui é o nosso sustento. Além disso, estamos ajudando o meio ambiente e outras pessoas. Muita gente não respeita. Dizem que trabalhamos no lixão, mas isso é reciclagem. É muito necessário no mundo de hoje. Aqui a gente trabalha muito no sol. Somos bem recebidos onde a gente chega pedindo o material, as empresas”, aponta.
Francisca Ferreira, de 56 anos, acredita que os catadores devem ser mais valorizados. "Aqui é nossa renda. Nosso sustento. Aqui é uma oportunidade excelente para a gente. A cada 15 dias a gente faz um bazar e dá para tirar um dinheiro. Além disso, tiramos muito lixo”, finaliza.
Francisca Ferreira, de 56 anos, destaca que profissão precisa ser mais valorizada | foto: Lucrécio Arrais