Um indígena venezuelano Warao foi expulso do abrigo do antigo prédio do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), localizado na BR 343. De acordo com admiração da casa acolhimento, o refugiado atingiu o limite de infrações. A situação dos indígenas venezuelanos que estão vivendo em Teresina tem preocupado as entidades de proteção aos povos vulneráveis.
A medida da expulsão repercutiu entre os grupos que prestam apoio aos venezuelanos na capital piauiense, como entre os dirigentes do Movimento pela Paz na Periferia (MP3). Júnior MP3, coordenador do projeto, disse que falta assistência aos povos indígenas refugiados em Teresina.
“A Secretaria Municipal de Cidadania Assistência Social em Políticas Integradas (Semcaspi), responsável pelo acolhimento, alimentação e segurança dos venezuelanos, expulsou duas grandes lideranças. Explusou porque não quer ter paciência, porque não quer ouvir o contraditório e porque essas lideranças vem denunciando a falta de comida e água. Não entendem a situação mental dos venezuelanos”, disse Júnior em vídeo enviado à imprensa.
Em meio à pandemia, Teresina tem registrado mais refugiados recorrendo às ruas para pedir esmolas. Júnior frisa que essa condição é o reflexo da falta de políticas públicas que contemplem os povos da etnia Warao e também do racismo despejado contra essas pessoas.
O que diz a coordenação do abrigo?
Santiago Oliveira, coordenador do abrigo EMATER, disse que apenas um venezuelano foi expulso e que o abrigo está de portas abertas para acolher os demais que deixaram o espaço. Em áudio, enviado ao JMN, Santiago conta o que resultou na expulsão de um refugiado.
“Por volta das 17h do dia 19 de abril, um acolhido foi expulso do Emater por mostrar uma conduta agressiva e ameaçadora com os funcionários do prédio”, disse o coordenador. Ainda de acordo com o Santiago, o homem tem histórico de três advertências, incluindo agressão à companheira, embriaguez e ameaça.
“Nas instalações do abrigo é proibido consumir bebida alcoólica. Ele não se mostrou arrependido e teve que ser tirado de lá com a Guarda Municipal de Teresina”, disse.
Segundo o regimento padrão do abrigo, após três advertências, o acolhido deve ser afastado do local. Quanto à falta de alimentos, em meio às reclamações, o coordenador do abrigo informou que a entrega de cestas básicas está em situação regular e que as famílias estão sendo amparadas com benefícios, como Bolsa Família e Auxilio Emergencial.
O indígena expulso foi procurado pelo Jornal Meio Norte, mas ele ainda não quis se manifestar sobre o caso.