Neste domingo, dia 27 de novembro, é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer, uma data com o objetivo de ampliar o conhecimento da população brasileira sobre o câncer, principalmente sobre a prevenção e tratamento. O Ministério da Saúde instituiu a data através da portaria de nº 707, de dezembro de 1988.
A data é necessária para colocar luz a um terror das famílias brasileiras. Em razão do sofrimento causado pela doença em diversos aspectos, o câncer foi estigmatizado e visto como um tabu, quando na verdade ele está cada vez mais comum. De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Câncer, a expectativa é de até 704 mil novos casos ao ano até 2025.
Crescendo desordenadamente
O câncer é uma doença causada por células geneticamente alteradas que crescem de maneira desordenada trazendo malefícios para o organismo. Essas alterações podem ser herdadas ou adquiridas ao longo da vida. Dependendo de cada tipo de câncer, existem fatores de risco.
No entanto, a boa notícia é que a ciência e a tecnologia permitem melhores tratamentos, permitindo a cura e uma melhor sobrevida aos acometidos pela doença.
É o caso de Wesley da Silva Souza, de 21 anos. Ele foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin aos 14 anos, mas deu a volta por cima e hoje está no segundo período de medicina na Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar).
Faculdade
Para Wesley, essa é uma resposta ao destino. Hoje ele mora em Luís Correia, distante apenas 15 minutos da faculdade. Ele agora mira a residência em neurologia.
"Depois de quase ter falecido, eu voltei e decidi que queria fazer medicina em uma universidade federal, pois eu não teria como pagar. Eu quis estudar para ajudar pessoas que passaram pelo que passei", revela.
Sistema linfático
Com 14 anos de idade, saindo do nono ano, ele foi diagnosticado com a doença, que ataca todo o sistema linfático.
"O meu começou no esterno, espalhou pelo pulmão e fígado. Comecei a sentir muitos sintomas, mas eu não sabia o que eu tinha. Fui internado em Parnaíba sem os médicos saberem o que era. Fui para o Hospital Infantil Lucídio Portela. Lá foi diagnosticado um linfoma. Então fiz tratamento no São Marcos. Foi um ano de quimioterapia e depois fiquei bom", lembra.
Colo de útero ocupa segundo lugar no PI
De acordo com Cristiane Amaral, médica oncologista, o câncer é uma doença multifatorial que leva a um dano no DNA, que é a carga genética da célula. "Nós temos vários fatores de risco conhecidos, como sedentarismo, obesidade, tabagismo, etilismo, infecções virais e bacterianas. Radiação, exposição solar e poluição também são fatores de risco", alerta.
Cristiane afirma que o tipo de câncer mais comum é o de pele simples, relacionado à exposição solar, que pode ser prevenido com o uso de protetor solar e métodos de barreira.
"Além disso, o mais comum no sexo masculino é o de próstata e de intestino, o de colon e reto. No sexo feminino, câncer de mama e em segundo lugar o de intestino", acrescenta.
Segundo lugar
No Piauí os dados são diferentes do resto do país. O câncer de colo de útero ocupa o segundo lugar no Estado. "É uma doença prevenível por vacinação contra o HPV e o exame de papanicolau. É um câncer considerado de país subdesenvolvido", revela.
O câncer inclui várias modalidades médicas e de equipes multiprofissionais. Dentro da medicina, existem várias especialidades, como a oncologia cirúrgica, clínica e radioterapia.
"A oncologia clínica emprega vários tratamentos, como quimioterapia, terapias alvo, anticorpos monoclonais, hormônio terapia e a imunoterapia, que de maneira simples ajuda o próprio sistema imunológico a combater o câncer", aponta Cristiane Amaral.
Anticorpos droga conjugados
Cláudio Rocha, médico oncologista, explica que o câncer é um nome genérico para mais de 200 doenças que se originam na multiplicação anormal das células. De origem genética, a causa específica não é bem identificada. "Metade dos homens e um terço das mulheres vai desenvolver algum tipo de câncer em algum momento da vida", alerta.
Diagnóstico
O médico conta que o tratamento e o diagnóstico precoce melhorou as condições.
"Isso repercute no caso de doenças iniciais, com tratamento e aumento da cura. O que há de mais avançado é a medicina de precisão, o tratamento específico baseado em alterações de cada tipo de câncer", considera.
As terapias alvo e a imunoterapia ganham um novo aliado. "Mais atualmente temos os anticorpos droga conjugados, que são moléculas híbridas acoplados com quimioterapia que são liberados especificamente dentro da célula tumoral", finaliza.