Os usuários do transporte coletivo de Teresina tiveram um dia de transtorno nesta terça-feira (01). Dezenas de reclamações foram registradas nas redes sociais, por pessoas que chegaram atrasadas no trabalho ou até mesmo deixaram de comparecer pela demora ou ausência de ônibus. O motivo do transtorno se deve à escala diferenciada dos coletivos, que tiveram a quantidade reduzida, e o processo de integração na zona Sudeste que permaneceu, mesmo não sendo final de semana ou feriado.
Miriam Silva postou uma foto no seu Facebook onde mostrava uma multidão de passageiros disputando a entrada em um dos ônibus no Terminal Livramento. No relato, a passageira afirmou que aguardou o ônibus por uma hora e não conseguiu entrar devido à quantidade de passageiros que aguardavam. Moradora do bairro Alto da Ressurreição, chegou ao terminal por volta de 7h da manhã e só conseguiu um ônibus para o centro da cidade às 8h45.
“Isso aqui é a nossa realidade e revela a importância que temos para nossos governantes, nossos representantes, aqueles que colocamos lá para lutar por nós cidadãos”, desabafou na postagem.
O funcionário público Nelson Melo, morador do bairro Mocambinho, relatou que por conta da redução na frota de ônibus, esperou durante 70 minutos pelo coletivo que faz a linha Universidade Circular, o que fez com que chegasse com o atraso de 1h em seu local de trabalho. Segundo ele, mesmo o problema tendo se agravado nesta terça, a demora do ônibus tem sido uma reclamação constante dos populares.
No Terminal Livramento, uma multidão de passageiros buscava informação sobre como utilizar a integração, linhas, horários e formas de pagamento da passagem. O metalúrgico Raimundo Nonato, conta que por não saber a necessidade de usar o cartão magnético, pagou R$11 para ir e voltar do centro da cidade para o bairro Dirceu.
“A gente entra no ônibus, paga a passagem, eles jogam a gente aqui no terminal, a gente fica perdido, e na hora que o ônibus de ir para o centro chega, eles fazem a gente pagar a passagem de novo. Ontem para eu ir no centro gastei todo o dinheiro que eu tinha no bolso, que se fosse no processo normal que os ônibus tinham antes, eu só teria pago a metade”.
A Superintendência de Transportes e Trânsito (Strans) estabeleceu que a partir do dia 15 de outubro, os bilhetes de ocorrência não seriam mais expedidos e o sistema de integração só funcionaria com a utilização do cartão. Os avisos foram expostos nos ônibus de todas as linhas da cidade. Mesmo assim, os usuários reclamam da falta de clareza nas informações sobre o processo de integração dos transporte coletivo que foi iniciado. A integração está acontecendo de forma experimental nos dois terminais da zona Sudeste da cidade, e acontece durante o final de semana e feriados. Porém, nesta terça, por ser considerado um dia normal, apesar de estar entre dois feriados, os usuários não esperavam que o processo estivesse acontecendo.
“Não houve um aviso para a população, sai de casa no meu horário de costume e me deparei com os ônibus da integração. Quando a gente chega no terminal não tem um ônibus disponível para prosseguir a viagem e hoje todo mundo chegou atrasado nos seus trabalhos, isso quem foi. Porque a demora foi tanta que muita gente desistiu e voltou pra casa”, relata a estudante Alice Coutinho que esperou durante uma hora por um ônibus para retornar ao bairro Parque Jurema.
Talita Mendes, estudante de Direito, diz considerar um absurdo ter que pegar dois ônibus para realizar um percurso que anteriormente era realizando pegando apenas um. A estudante afirma que, para evitar o transtorno de pegar dois ônibus para um percurso tão pequeno, busca caronas até o terminal mais próximo.
“Qual a necessidade de realizar integração dentro do próprio bairro? Só mesmo em Teresina para acontecer uma coisa dessa. Em lugar nenhum a integração funciona dessa forma. Integração se faz de um bairro para outro. Tem horas que aqui no terminal tem cinco ônibus indo para o centro e nenhum para o bairro, outra hora acontece o contrário. De toda forma, o passageiro espera mais de uma hora por ônibus e muitas vezes tem que pagar as duas passagens. Isso é um absurdo”.
Repórter: Débora Santos