A Ponte Governador João Luís Ferreira, conhecida pela população como Ponte Metálica, localizada sob o Rio Parnaíba ligando o Centro de Teresina à cidade de Timon (MA), é muito mais do que apenas um belo cartão postal.
No local, passam centenas de veículos todos os dias, pois além de servir tradicionalmente como passagem ferroviária, o local também é utilizado por condutores.
Porém, atualmente, a ponte está interditada há mais de uma semana, sendo utilizada apenas por trens que transportam combustível. Os condutores reclamam que isso piorou muito o trânsito das outras pontes que ligam a capital à vizinha maranhense.
A Ponte da Amizade é a mais visada, porém, até mesmo a Ponte Engenheiro Antônio Noronha, conhecida também por Ponte Nova, está concentrando congestionamentos.
E ao que parece o problema não tem previsão de ter fim, pois para que a ponte seja reaberta, há a necessidade da resolução de questões burocráticas junto aos órgãos competentes. A interdição acende o sinal vermelho para o déficit de pontes existente entre as cidades.
E os motoristas reclamam muito. “Eu passo, sem brincadeira, de 20 a 30 minutos apenas para atravessar a Ponte da Amizade. É um absurdo. Entro 8h no meu emprego, que fica no centro, mesmo, e tenho que sair de casa com pelo menos 2h de antecedência para não perder o horário”, comenta a bancária Paula dos Santos.
“Nessa situação, só resta um crediário pra comprar um helicóptero”, complementa a secretária Alinny Karla, que mora em Timon e trabalha em Teresina.
E não são só os condutores que estão enfrentando problema. Estudantes da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) que moram na cidade de Timon não podem mais fazer a travessia de um lado ao outro, mesmo sendo pedestres.
Carmen Kemoly é uma das prejudicadas.
“A dificuldade também existe para os estudantes da UESPI que antes poderiam ir da parada da Ponte Metálica a pé, porque tem ônibus direto lá. E agora, além de dar uma volta enorme, o local mais próximo para a gente é a parada da Avenida Campos Sales”, afirma a estudante de Comunicação Social.
Ponte Metálica tem 75 anos
A Ponte Metálica tem muita história. Inaugurada em 2 de dezembro de 1939, são 75 anos de serviço aos teresinenses e timonenses que precisam ir e vir de uma cidade a outra. As obras demoraram 17 anos para serem concluídas, e no projeto inicial ela só iria servir apenas para o serviço ferroviário.
Porém, com o tempo, houve a necessidade de abrir o trânsito da Ponte Metálica para transeuntes, motocicletas e demais veículos em razão do crescimento populacional e da demanda de trabalhadores sazonais em ambas as cidades.
Teresina não tem participação na obra
A Prefeitura de Teresina não tem nenhuma participação na obra de interdição da Ponte Governador João Luís Ferreira, conhecida como Ponte Metálica. É o que diz Ângelo Cavalcante, gerente de serviços urbanos da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da região Centro-Norte (SDU/Centro-Norte).
Ângelo Cavalcante declara que o que compete à Prefeitura Municipal de Teresina está em ordem. "Aquelas obras que estão sendo realizadas partem da Companhia Ferroviária Nacional (CFN), e a Ponte Metálica é de responsabilidade do Governo do Estado do Maranhão e da Prefeitura Municipal de Timon", declara. Procurada, a CFN não apresentou retorno até o fechamento desta edição.
Fotos: Kelson Fontinele e Moises Saba