A menina de 12 anos que contraiu uma rara infecção no cérebro em um parque aquático no estado do Arkansas, nos Estados Unidos, voltou ao local nesta segunda-feira (7). A visita ocorreu para ajudar os proprietários a anunciarem um torneio de pesca beneficente que ocorrerá no fim do mês. A arrecadação irá para a família da garota.
Kali Hardig foi diagnosticada com uma forma rara de meningite, chamada meningoencefalite amebiana primária, em julho. Apesar de a doença ser quase sempre fatal, a garota se recuperou depois de ser tratada no Hospital Infantil do Arkansas.
"Não há ressentimentos", disse a mãe de Kali, Traci Hardig, que esteve com a filha para o anúncio no Willow Springs Water Park, onde ocorrerá o evento beneficente. "Eles (os donos do parque) são apenas uma família, como a nossa. Esse é o sustento deles. Tudo bem vir aqui e apoiá-los."
Depois de descobrirem que a doença de Kali foi provocada por uma ameba "comedora" de cérebro chamada Naegleria fowleri, os donos do paque, David e Lou Ann Ratliff, proibiram o nado no lago com fundo de areia e disseram que só voltariam a abri-lo para os banhistas quando pudessem pagar um fundo de cimento para o local.
Autoridades de saúde pública do estado disseram que outro caso de meningite, ocorrido em 2010, está possivelmente conectado ao parque aquático.
A ameba é frequentemente encontrada em água doce, como lagos, rios e nascentes de água quente. Esse parasita nada livremente e, em geral, entra no corpo pelo nariz, enquanto as pessoas nadam ou mergulham. Ele pode, então, chegar até o cérebro e causar uma infecção devastadora.
Traci diz que Kali continua com as sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional e que já voltou à escola. A garota aparenta não ter sequelas da doença. Kali diz que se sentiu bem ao retornar ao parque. "Eu gosto de me divertir aqui", diz. O parque, de 85 anos, tem sido um destino comum para viagens escolares e recreação familiar.
Autoridades de saúde dizem que houve 128 casos como o de Kali reportados nos Estados Unidos entre 1962 e 2012. Antes de Kali, os médicos dizem que só houve um único sobrevivente da ameba nos Estados Unidos e outro no México.