Um advogado alemão representando famílias das vítimas alemãs e chinesas da catástrofe do voo Rio-Paris da Air France, que fez 228 mortos ano passado, culpou e responsabilizou o Estado francês nesta quarta-feira (4).
Ulrich von Jeinsen diz ter a intenção de apresentar queixa "contra algumas pessoas do Estado francês" culpadas, segundo ele, de não ter estabelecido um registro de incidentes envolvendo os sensores de velocidade, o Pitot, como exigia uma diretriz da Comissão Europeia de 2003.
Seu sócio, o advogado francês Jean-Pierre Bellecave, deve entrar com a ação na justiça francesa "nos próximos dias", segundo Von Jeinsen.
- Em razão dessa falha das normas europeias, é possível que o Estado francês não tenha tido conhecimento de 30 incidentes similares relacionados ao congelamento dos instrumentos de medição de velocidade em altas altitudes.
O Escritório de Investigações e Análises (BEA), encarregado da perícia técnica, considerou que o defeito nos sensores Pitot é um fator que pode ter causado a tragédia do dia 1º de junho de 2009, no sul do oceano Atlântico.
O voo AF 447 partiu do Rio de Janeiro na noite de 31 de maio, às 19h30 no horário de Brasília, e caiu no Oceano Atlântico, matando todos seus passageiros e tripulantes.
As investigações das causas da queda começaram no mesmo dia do acidente, quando as primeiras mensagens automáticas de problemas com a aeronave foram recebidas, mas ainda não chegaram a uma conclusão.