Alemanha investiga causas do tumulto em Parada Gay

Imagens feitas pelo público mostram o desespero na cidade de Duisburg.

Tumulto na Alemanha | G1
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A procuradoria da cidade alemã de Duisburg começou neste domingo (25) uma investigação sobre os motivos do tumulto que matou 19 pessoas na véspera na Love Parade, festival de música eletrônica. Veja ao lado momentos da confusão.

Dezesseis das vítimas já foram identificadas. Todas elas têm entre 20 e 40 anos. Entre elas, há quatro estrangeiros: um holandês, um australiano, um italiano e um chinês.

Pelo menos 10 pessoas tiveram de ser reanimadas e 342 ficaram feridas - destas, ao menos 20 em estado grave. Ao menos quatro estudantes espanhóis estão entre os feridos.

Mapa localiza Duisburg.Mapa localiza Duisburg. (Foto: Arte G1)

No momento, as principais questões estão centradas nas condições de segurança de um túnel de 200 metros de extensão e 30 de largura, que parecia ser o único acesso ao terreno de uma antiga estação de trens de carga, onde a festa foi realizada.

A imprensa destacou também que o terreno em que seria realizado o festival tinha apenas capacidade para cerca de 250 mil pessoas, quando o público foi quase seis vezes maior.

A polícia disse que a confusão ocorreu dentro do túnel, mas uma autoridade da Prefeitura de Duisburgo disse que várias pessoas morreram em uma pequena escada lateral.

A chanceler alemã Angela Merkel manifestou pesar pelo incidente. "Eram jovens que vieram celebrar uma festa, e agora há mortos e feridos" disse a chefe de governo da Alemanha, em comunicado oficial.

"Estou emocionada e triste ante tanta dor e sofrimento."

Veja fotos do tumulto

Flores e velas são colocadas neste domingo (25) próximo ao local da tragédia em Duisburg.Flores e velas são colocadas neste domingo (25) próximo ao local da tragédia em Duisburg. (Foto: AP)

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A multidão entrou em pânico na boca de um túnel no local onde era realizada a festa de música eletrônica.

Cerca de 1,4 milhão de pessoas, segundo os organizadores, participavam da festa., em uma antiga estação de trem da cidade.

A parada, que ocorre quase todos os anos desde a primeira edição, em Berlim, no ano de 1989, não tinha registrado ocorrências graves até então.

Ela é uma festa de rua com música eletrônica que também é uma celebração gay e um apelo a direitos iguais para os homossexuais.

A festa continuou mesmo depois do acidente, porque a polícia temia novos tumultos, mas ela acabou sendo cancelada. A realização da festa do próximo ano, prevista para a cidade de Gelsenkirchen, também foi cancelada, disseram neste domingo os organizadores.

Relatos

Os sobreviventes relataram cenas de terror.

"Vi pessoas mortas no túnel e outras pessoas vivas, mas inconscientes, espalhadas pelo chão. Algumas choravam", conta Anneke Kuypers, uma jovem neozelandesa de 18 anos que estuda na Bélgica.

Um policial descreveu o drama como um "inferno".

"O ambiente era agressivo (...) as pessoas estavam descontroladas", contou o policial, que pediu para não ser identificado, ao jornal "Spiegel".

A tristeza causada pela tragédia logo se transformou em indignação. As pessoas que foram à festa criticaram os organizadores por terem feito do túnel o único ponto de acesso para o festival.

"Parece que os organizadores não pensaram no acesso, que era muito estreito", disse Taggart Bowen-Gaddy, um americano de 20 anos que estuda na cidade francesa de Metz (leste). "Não houve planejamento, ninguém sabia o que acontecia."

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