As grandes salas do centro de exposições de Berlim estão sendo transformadas em um hospital capaz de receber até 1.000 pacientes com Covid-19, enquanto a Alemanha inicia um processo gradual de desconfinamento.
Alguns cabos ainda estão pendurados no teto, e os painéis de separação ainda não foram instalados, mas os soldados alemães enviados na semana passada trabalham para que essa estrutura hospitalar de emergência possa absorver a segunda onda de pacientes do novo coronavírus.
Os hospitais estão se preparando para um novo aumento das infecções pelo fim do confinamento. Trata-se de um medo real destacado nesta semana pela chanceler Angela Merkel, que denunciou a "orgia" de discussões sobre o retorno à normalidade e a falta de disciplina da população.
Existe um "perigo" de que as infecções retomem "se todas as medidas restritivas forem retiradas prematuramente", disse na terça-feira Lars Schaade, vice-diretor do Instituto Robert Koch, a agência responsável pelo controle de doenças.
No Hospital Universitário de Aachen, que recebeu os primeiros casos graves de COVID-19 na Alemanha, ainda existem dezenas de leitos vazios. "Estamos prontos para reagir com rapidez", disse o diretor do Departamento de Terapia Intensiva, Gernot Marx.
A segunda onda pode ter "uma virulência completamente diferente" da primeira, alertou na quinta-feira o virologista Christian Drosten, do hospital Charity de Berlim, em declarações ao canal de televisão público NDR.
"O vírus continuará a se espalhar na Alemanha pelas próximas semanas, ou meses, e neste verão", disse o especialista, que alertou para a ocorrência simultânea de casos "em todos os lugares ao mesmo tempo".
Berlim implementa um retorno gradual à normalidade, acompanhado por centenas de milhares de testes por semana, enquanto o uso da máscara está se tornando obrigatório no transporte público e, em certas regiões, nos comércios.
O rastreamento telefônico dos contatos das pessoas também será fortalecido por meio de programas, como na Ásia. "Uma evolução dinâmica das infecções significa um fardo maior para o sistema de saúde, o que significa que devemos identificar muito rapidamente, por meio de testes, os efeitos do fim do confinamento", afirmou Gass.