O ministro de Saúde da Alemanha, Daniel Bahr, afirmou nesta quarta-feira que o número de novos casos de infectados pela bactéria E. coli Enterohemorrágica (EHEC) está caindo consideravelmente, mas alertou que o número de mortos ainda deve aumentar. A bactéria já deixou 23 mortos na Alemanha e um na Suécia e sua origem ainda é desconhecida.
"Haverá novos casos e infelizmente nós temos que esperar mais mortes, mas o número de novas infecções caiu significativamente", disse Bahr. "Não posso declarar o fim [do surto], mas analisando as últimas informações, nós temos causa razoável de esperança. O pior já passou".
O governo alemão tem sido criticado em casa e ao redor da Europa por seu fracasso em descobrir a origem do surto que contaminou mais de 2.400 pessoas em 12 países. Todos os casos foram ligados à região de Hamburgo, no norte da Alemanha.
O chefe de Saúde da União Europeia, John Dalli, participou de uma reunião de crise com funcionários em Berlim e pediu ao país que busque ajuda de especialistas internacionais para lidar com a crise.
Dalli pediu ainda que a Alemanha melhore os canais de informação sobre o surto e a coordenação das instituições e governos envolvidos na luta contra a bactéria.
A falta de resultados esclarecedores alimentaram as críticas ao setor agrícola alemão, à oposição social-democrata-verde, à gestão do governo federal e especialmente à ministra de Agricultura, Ilse Aigner.
A incerteza fez um rombo em todo o setor das hortaliças, alemãs e importadas, ao que contribuiu a multiplicidade de governos envolvidos federal e dos "Länder", tanto Hamburgo como a Baixa Saxônia, quanto dos laboratórios que praticam as análises e divulgam as conclusões.
O Instituto Robert Koch é o que centraliza os testes da doença infecciosa, por incumbência do governo federal, mas paralelamente divulgaram resultados a partir da Clínica Universitária de Hamburgo como de outros laboratórios.
Análise de amostras de restaurantes, cantinas e cozinhas onde pacientes comeram voltaram negativo para a bactéria e colocaram por água abaixo a mais recente teoria de que o surto surgiu em brotos de feijão de uma fazenda de produtos orgânicos em Uelzen, no norte da Alemanha. A fazenda foi fechada no domingo e toda sua produção foi recolhida, incluindo ervas frescas, flores e batatas.
Bahr afirmou, contudo, que o alerta para que os alemães evitem consumir legumes crus continua.