O americano Zachary Cole Reyna, de 12 anos, morreu na Flórida na segunda-feira (26) após contrair um parasita raro chamado Naegleria fowleri, que quase sempre causa uma infecção fatal nas meninges (membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central). A família resolveu doar os órgãos do adolescente, como coração e pulmões, "para mudar a vida de muitas pessoas", segundo informou no perfil do Facebook.
"Zac é o nosso milagre. Seu forte espírito estará sempre entre nós. Ele mudou todas as nossas vidas, nos trouxe para mais perto de Deus, fortaleceu nossa família e sua história tocou as pessoas ao redor do mundo. Agradecemos a todos pelo apoio e pelas orações", diz o texto publicado logo após a morte do menino.
Desde julho, Zachary passou por um tratamento com antibióticos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil de Miami. Segundo a família, que mora na cidade de LaBelle, o menino se infectou enquanto brincava com amigos em uma vala perto de casa.
A ameba que ele contraiu "come" o cérebro e até hoje, em todo o mundo, há relatos de apenas dois sobreviventes a essa doença ? um nos EUA e outro no México. Desde 1962, foram registrados cerca de 130 casos dessa forma de meningite (chamada meningoencefalite amebiana primária) nos EUA ? a maioria em estados do sul do país ?, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Só entre 2003 e 2012, foram 31 casos, 28 deles associados a águas doces usadas para recreação.
Como a ameba age
A Naegleria fowleri é frequentemente encontrada em água doce, como lagos, rios e nascentes de água quente. Esse parasita nada livremente e, em geral, entra no corpo pelo nariz, enquanto as pessoas nadam ou mergulham.
Ele pode, então, chegar até o cérebro e causar uma infecção devastadora. Os sintomas iniciais costumam começar dentro de um a sete dias e podem incluir dor de cabeça, febre, náusea e vômitos.
A doença progride rapidamente, e outros sinais comuns são rigidez no pescoço, confusão, perda de equilíbrio, convulsões e alucinações. Além disso, a infecção destrói o tecido cerebral e pode causar edema (acúmulo de líquido) e morte.