Egito recomeça julgamento do ex-ditador Mubarak após atraso

Cerca de 850 pessoas morreram no levante de 18 dias que derrubou Mubarak em fevereiro, dentro do contexto das chamadas revoltas árabes

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O julgamento do ditador deposto do Egito, Hosni Mubarak, acusado pelo assassinato de manifestantes e por abuso de poder, foi retomado nestaa quarta-feira (28) após um atraso de quase dois meses, porque os advogados de Mubarak exigiam um novo juiz.

Mubarak, seus dois filhos, o ex-ministro do Interior e altos funcionários da polícia enfrentam uma série de acusações, incluindo o envolvimento na morte de centenas de manifestantes e corrupção durante suas três décadas no cargo.

Mubarak, que está sendo mantido sob prisão em um hospital onde médicos dizem que ele enfrenta um problema cardíaco, foi levado para o tribunal em uma maca hospitalar, cobrindo seus olhos com um braço e cercado pela polícia.

Sessões anteriores foram marcadas por confrontos diante do edifício do tribunal do Cairo entre partidários de Mubarak e egípcios exigindo a pena de morte para o ex-líder, mas não houve embates na chegada de Mubarak na quarta-feira.

Cerca de 850 pessoas morreram no levante de 18 dias que derrubou Mubarak em fevereiro, dentro do contexto das chamadas revoltas árabes.

Os advogados que representam as famílias dos mortos tinham arquivado um pedido para a substituição do juíz que preside o caso, Ahmed Refaat, e de outros dois juízes. O pedido foi rejeitado.

Eles reclamaram que os juízes não conseguiram lhes dar tempo suficiente para questionar o marechal Mohamed Hussein Tantawi, que dirige o conselho militar que governa o Egito, durante sua aparição no tribunal.

O ex-ministro do Interior, Habib al-Adli e seis oficiais de polícia também aguardam julgamento. O empresário Hussein Salem, um colaborador próximo de Mubarak, está sendo julgado à revelia.

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