Nove anos após uma extrema reação alérgica que fez com que uma norte-americana de sete anos de idade perdesse 90% da pele e ficasse cega, a Justiça decidiu que a empresa fabricante do medicamento terá que pagar 63 milhões de dólares (cerca de R$ 123 milhões) para a família da menina
O medicamento que provocou a alergia em Samantha Reckis em 2003 é o Children"s Motrin, da empresa Johnson & Johson. O medicamento contém ibuprofeno, um anti-inflamatório não esteróide. Na ocasião, o remédio foi usado para controlar a febre da menina. Pouco depois de tomar o medicamento, Samantha passou mal e foi levada ao hospital, onde foi diagnosticada com necrólise epidérmica tóxica, uma rara patologia dermatológica, na qual a camada superficial da pele se desprende em lâminas, podendo levar à morte. Ela foi colocada sob coma induzido por várias semanas para evitar a dor.
Em janeiro de 2007, a família de Samantha entrou com um processo contra a Johnson & Johnson, alegando que a empresa falhou ao alertar os consumidores de que o medicamento poderia causar esse tipo de reação. Nesta semana, a Justiça deu ganho de causa à família da menina e ordenou uma indenização de 50 milhões de dólares para Samantha, que hoje tem 16 anos de idade, e 6,5 milhões para cada um de seus pais, Lisa e Richard. Na imagem acima, Samantha é recebida de volta ao colégio por seus colegas.
A fabricante do remédio discorda da sentença e vai recorrer, informa o New York Daily News. A empresa disse que é solidária à tragédia que vive a família de Samantha, mas que a embalagem do medicamento informa corretamente sobre os riscos e que ele é "seguro e uma opção efetiva para amenizar dores e febre"