Após impasse histórico, McCarthy é eleito presidente da Câmara dos EUA

A sequência de votações fracassadas marca o maior número de tentativas de eleger um líder da Câmara desde o final da década de 1850.

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Na 15ª rodada, com 216 votos, após dias de impasse e de precisar fazer concessões, o republicano Kevin McCarthy foi finalmente eleito presidente da Câmara nos EUA, neste sábado (7).

Alguns dos republicanos mais rebeldes, que vinham causando um entrave na decisão do representante decidiram se abster da votação. Com isso, por 216 a 212, McCarthy conquistou a maioria do Congresso e alçou ao cargo de presidente da Câmara dos representantes.

McCarthy conquistou a maioria do Congresso (Foto: AFP)

Pouco antes, a 14ª rodada, que começou no fim da noite de sexta-feira (6), chegou ao fim sem consenso no início da madrugada deste sábado (7). A Câmara chegou a tentar uma moção para adiar a votação para segunda-feira (9), mas não conseguiu, dando início à nova sessão ainda na madrugada.

"Estou feliz que acabou", disse McCarthy a jornalistas logo após rodada que o elegeu, segundo a Reuters. Também de acordo com a agência de notícias, o presidente dos EUA, Joe Biden, parabenizou McCarthy.

No Twitter, após ser eleito, o republicano escreveu: "Espero que uma coisa fique clara depois desta semana: nunca vou desistir. E nunca desistirei de vocês, povo americano."

Apoiado por Donald Trump, ex-presidente do país, McCarthy representa o 23º distrito da Califórnia na Câmara dos Representantes. Ele, que tem 57 anos, foi eleito pela primeira vez para o Congresso em 2006 e foi escolhido como líder do partido em 2014.

Oponentes

A tortuosa jornada do republicano McCarthy para se tornar presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos levou 15 rodadas de votação.

O republicano da Califórnia enfrentou a rebeldia de conservadores linha-dura que votaram repetidamente contra ele, impedindo que o candidato conseguisse a maioria absoluta, demonstrando uma importante divisão dentro do partido.

Os oponentes linha-dura estão preocupados com o fato de ele estar menos envolvido nas guerras culturais e nas rivalidades partidárias que dominaram a Câmara recentemente.

Em outras palavras, eles acham McCarthy moderado demais. "Kevin não acredita em nada, não tem ideologia", afirmou Matt Gaetz, um de seus opositores que ocupa um assento pela Flórida, antes da eleição do republicano na 15ª rodada.

De acordo com a Reuters, McCarthy concordou com a exigência dos radicais de que qualquer parlamentar pudesse pedir sua destituição a qualquer momento. Isso cortará drasticamente o poder que ele terá ao tentar aprovar legislação sobre questões críticas, incluindo o financiamento do governo e outras crises que possam surgir.

Apesar de vencer nas primeiras rodadas para a escolha do representante, os deputados democratas não conseguiram formar maioria e por isso, não colocaram Hakeem Jeffries na principal cadeira da Câmara.

Impasse histórico

A sequência de votações fracassadas desta semana marca o maior número de votações para o cargo de presidente da Câmara desde o final da década de 1850.

O presidente da Câmara dos Representantes, conhecida como "speaker", é o terceiro posto mais poderoso na política americana. Essa posição dá a McCarthy autoridade para bloquear a agenda legislativa do presidente Joe Biden, forçar votações para as prioridades republicanas em economia, energia e imigração e avançar em investigações de Biden e seu governo.

Somente após a eleição de um líder a Câmara dos Representantes pode empossar seus novos membros, decidir os integrantes das várias comissões, apresentar projetos de lei, ou abrir qualquer uma das investigações prometidas contra o governo do democrata Joe Biden.

Em 1923, a última vez que teve esse impasse, foram necessárias 9 rodadas para eleger um líder. A votação de 2023 é a mais longa desde 1859, que teve 44 rodadas. O recorde é de 1855, quando teve 133 rodadas em um período de dois meses

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