O diretor de Conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, disse na tarde desta quinta-feira (10) que o repórter Andrei Netto, enviado especial do jornal O Estado de S. Paulo à Líbia, foi libertado nesta quinta-feira (10). Segundo Gandour, o jornalista está abrigado na casa do embaixador brasileiro em Trípoli, George Ney Fernandes. Netto esteve preso por oito dias, após ter sido capturado por tropas leais ao ditador Muamar Kadafi. Ele está bem de saúde e deve deixar a Líbia na sexta, de acordo com o diretor do Grupo Estado.
Mais cedo, os senadores Eduardo Suplicy (PT) e Paulo Paim (PT-RS), integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado, informaram que o repórter poderia ser libertado ainda nesta quinta. Os parlamentares ligaram para o embaixador líbio no Brasil, Salem Ezubedi, pela manhã para buscar informações sobre o jornalista.
Segundo Suplicy, o embaixador líbio relatou que Andrei estava na cidade de Sabratha, na Líbia, e foi preso por não ter documentos para trabalhar no país. Ele ficou preeso a Oeste da capital Trípoli.
A empresa havia perdido todo contato direto com Netto havia uma semana. Até domingo, o jornal relatou que recebia informações indiretas de que o repórter estava bem, escondido na região de Zawiya - cenário de violentos confrontos entre Kadhafi e os insurgentes, a 30 quilômetros de Trípoli. A comunicação direta com a redação - por meio de telefonemas e e-mails - havia sido propositadamente cortada por segurança, afirmavam fontes líbias ao jornal.
Segundo Paim, a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou duas moções sobre o caso. ?A primeira moção é de solidariedade ao jornal e também com a família do jornalista e a outra exigindo das autoridades líbias a imediata libertação do repórter?, disse ele.
O governo brasileiro, a Embaixada da Líbia no Brasil, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a ONU e vários veículos de comunicação do Brasil e do mundo estão colaborando no sentido de garantir a integridade física e segurança do repórter, diz o jornal.