A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, 58 anos, será submetida a uma cirurgia no próximo dia 4 de janeiro. Ela teve um câncer na tireóide detectado em exames de rotina. A cirurgia ocorrerá menos de um mês depois de a presidente ter assumido seu segundo mandato na presidência.
O porta-voz da presidência, Alfredo Scoccimarro, informou que o tumor foi diagnosticado na última semana. ?No último dia 22 de dezembro, durante a realização de exames de rotina, foi detectado um carcinoma papilar no lóbulo direito da glândula tireóide?, disse.
?No dia de hoje foram efetuados exames específicos e se constatou que não há comprometimento dos gânglios linfáticos e [verificou-se] a inexistência de metástase?. Desta forma, acrescentou o porta-voz, os médicos chegaram à conclusão de que ?a localização da enfermidade está circunscrita? à tireóide.
A previsão é que Cristina Kirchner fique internada durante três dias após a operação, que será realizada em um hospital particular. A licença médica deverá durar 20 dias para sua total recuperação. Durante esse período, o Executivo será comandado pelo vice-presidente Amado Boudou. Nesta quarta-feira, a presidente deverá cumprir sua agenda oficial na Casa Rosada, sede do governo.
Kirchner foi reeleita em outubro, com 54,11% dos votos, para um mandato que vai até 2015. Ela foi eleita presidente pela primeira vez em 2007. Seu marido e antecessor no cargo, Néstor Kirchner, morreu em outubro de 2010, aos 60 anos, vítima de um ataque cardíaco.
A presidente da Argentina já sofreu quedas de pressão em algumas ocasiões que a obrigaram a suspender as atividades oficiais, por breves períodos. A última ocasião foi no dia 11 de outubro, apenas 12 dias antes das eleições. Também em abril ela precisou ficar 48 horas em repouso por causa do problema.
Outros presidente e ex-presidentes da América do Sul tiveram tumores diagnosticados recentemente, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que trata um câncer na laringe, a presidente Dilma Rousseff, que superou um câncer no sistema linfático, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que também teve um câncer linfático, e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também acometido pela doença.