Manifestantes e policiais voltaram a protagonizar confrontos na manhã deste sábado diante da sede do ministério do Interior no Cairo, no terceiro dia de confrontos após a morte de 74 pessoas depois de uma partida de futebol em Port Said, norte do Egito.
Os manifestantes atiravam pedras contra os agentes, que respondiam com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.
Desde quinta-feira (2), os confrontos provocaram as mortes de nove pessoas, três no Cairo e seis em Suez, cidade portuária no Canal de mesmo nome, ao leste da capital.
Algumas vítimas morreram asfixiadas pelo gás lacrimogêneo.
Além disso, cinco pessoas ficaram feridas em confrontos em Alexandria, a segunda maior cidade do país, na costa mediterrânea.
O ministério da Saúde divulgou um balanço de 2.532 feridos.
Os manifestantes, incluindo muitos torcedores de clubes de futebol, exigem o fim do poder militar que governa o Egito desde a queda, há quase um ano, do presidente Hosni Mubarak.
O drama de quarta-feira em Port Said, quando se enfrentaram torcedores do Al-Masri e do Al-Ahli, provocou manifestações em todo o país.
O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), dirigido pelo marechal Hussein Tantawi, acusou "mãos estrangeiras e internas" pelos distúrbios.
Os manifestantes atribuem ao CSFA a responsabilidade das 74 mortes de quarta-feira passada em Port Said, depois da derrota de 3-1 do Al-Ahli, clube da capital, para o Al-Masri.