A Cruz Vermelha do Quênia divulgou na tarde deste domingo (22) a informação de que outros nove corpos foram encontrados no atentado que já havia deixado 59 mortos em um shopping de Nairóbi, capital do Quênia. O Exercito informou à noite que a maior parte dos reféns foi resgatada pelas forças quenianas e acrescentou que controlava a quase totalidade do centro comercial.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, declarou que seu sobrinho e a noiva dele estão entre os mortos. O ataque ocorreu no sábado (21), e a polícia ainda luta contra os atiradores que mantêm reféns dentro do prédio.
"Eu mesmo perdi membros da minha família no ataque", afirmou em um discurso dirigido à nação, prometendo punir os responsáveis pelo ataque. "Os criminosos agora estão localizados em um lugar dentro do edifício. Com os profissionais no local, eu garanto aos quenianos que temos uma boa chance de neutralizar com sucesso os terroristas como nós esperamos", disse ele em entrevista coletiva.
O ataque foi assumido pela milícia radical islâmica somali Al-Shabab, que afirma ter matado "mais de cem" pessoas em represália pela presença de militares do Quênia na missão da ONU na Somália. O presidente, no entanto, disse que a confirmação sobre a responsabilidade pelo ataque ainda está em aberto.
O Al-Shabaab disse que realizou o ataque por causa da intervenção do Quênia na Somália, onde o país trabalha ao lado de outras tropas de paz africanas para conter os militantes islâmicos.
Questionado se iria considerar a retirada das tropas, Kenyatta disse: "Nós fomos como uma nação para a Somália para ajudar a estabilizar o país, mas, sobretudo, para lutar na guerra contra o terror."
"Não vamos ceder na guerra contra o terror... Ele (o ataque) só tem aumentado o nosso compromisso de lutar e vencer essa guerra."
O governo de Gana confirmou a morte do poeta Kofi Awoonor durante o ataque a um shopping de Nairóbi, no Quênia. O filho de Awoonor, que também estava no local no momento do atentado, ficou ferido.
O ataque começou por volta das 13h (7h de Brasília) de sábado, quando uma dezena de pessoas entrou no centro comercial, jogou uma granada no interior e começou a atirar contra os vários compradores que estavam no local.
Israelenses
Consultores israelenses estão ajudando autoridades do Quênia a formular uma estratégia para acabar com o cerco, disse uma fonte de segurança israelense para a agência de notícia Reuters.
"Há consultores israelenses ajudando com a estratégia de negociação, mas não há israelenses envolvidos em qualquer operação ofensiva iminente", disse a fonte, que não quis ser identificada. Segundo a fonte, apenas "alguns" israelenses, "puramente em um papel de aconselhamento", estavam presente no luxuoso centro comercial Westgate, que tem várias lojas de propriedade de israelenses e é frequentado por estrangeiros e quenianos.
Uma fonte israelense em Nairóbi disse que todos os israelenses presentes no shopping no momento do ataque haviam saído do local em segurança, com os três últimos resgatados durante a noite.
Há relatos conflitantes de outras fontes de segurança em Nairóbi sobre o papel que Israel desempenha na operação.
Exercito informa que a maior parte dos reféns foi resgatada
"A maioria dos reféns foi resgatada e as forças de segurança assumiram o controle de quase todos os pontos do prédio" do shopping, informou o Exército queniano no Twitter. "Todos os esforçs estão sendo feitos para acabar rapidamente com este assunto.
Apesar da mensagem do Exército no Twitter, os jornalistas posicionados no posto de socorro instalado próximo ao shopping ainda não registraram a chegada de qualquer refém.
As forças quenianas iniciaram na noite deste domingo o assalto final para neutralizar os terroristas e libertar os reféns.