Atirador da Noruega Breivik ligou para polícia para se entregar

Breivik manifestou nas ligações sua disposição em se entregar.

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O ultradireitista norueguês Anders Behring Breivik ligou várias vezes para a Polícia para se entregar, e ao não obter resposta continuou o massacre no acampamento juvenil da ilha norueguesa de Utoeya, informa nesta sexta-feira o jornal "Aftenposten".

"Bem antes de ser capturado, Breivik ligou para a polícia. Diz que fez dez ligações e que obteve resposta em duas. Ele se apresentou como comandante e deu seu nome completo", declarou ao jornal seu advogado, Geir Lippestad.

De acordo com as declarações do próprio Breivik nos interrogatórios da terça e da quarta-feira, o autor do massacre manifestou nas ligações sua disposição em se entregar e pediu uma confirmação de que sua proposta havia sido aceita.

"Segundo ele, recebeu respostas que não entendeu e pediu que ligassem outra vez, para que informassem que sua mensagem de rendição havia sido recebida", afirmou Lippestad, que solicitou acesso às gravações do telefone usado por Breivik, supostamente o de uma vítima, já que não encontrava o seu.

Após fazer uma pausa para esperar a ligação das autoridades, que nunca chegou, Breivik decidiu continuar com os disparos até ser capturado minutos mais tarde, segundo seu advogado.

Sobreviventes do massacre relataram que Breivik fez uma pausa de vários minutos durante o tiroteio, que poderia coincidir com o momento em que chamou a polícia.

Lippestad acredita que o ultradireitista considerava que tinha cumprido seu objetivo e queria evitar que o matassem.

A polícia norueguesa confirmou que a central do distrito de Busquerude recebeu e gravou uma conversa com Breivik.

Ainda nesta sexta-feira, outro veículo norueguês, o tabloide "VG", informou que um sobrevivente do massacre em Utoeya, o jovem de 17 anos Anzor Djoukaev, permaneceu preso durante 17 horas depois dos disparos, como suspeito de ser ajudante de Breivik.

Após ficar sob custódia policial em Utoeya, foi levado à delegacia de Honefoss, onde foi enviado a uma cela de 3,5 metros quadrados sem banho e com um colchão no chão.

O interrogatório foi realizado apenas na manhã do dia seguinte e sem a presença de um advogado, confirmou a polícia ao jornal, que admitiu que sua família, que temia que tivesse sido uma das vítimas, não foi informada por "erro".

"Achava que estavam loucos por acreditar que eu poderia ter feito algo assim", disse Djoukaev ao "VG", relatando que os agentes suspeitavam dele porque não parecia afetado pela tragédia.

Segundo a polícia, a causa da detenção foi que outros sobreviventes reagiram contra a atitude reservada do jovem e sua recusa em se comunicar, o que fez com que levantasse suspeitas.

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