Quando entrou no depósito de cerveja de Connecticut com duas pistolas, o atirador Omar Thornton tinha um objetivo: matar o máximo de brancos possível como vingança por supostamente ter sido vítima de racismo. As explicações de Thornton para o massacre na empresa Hartford Distributors nesta quinta-feira (5) foram feitas em uma ligação à polícia alguns minutos, ou até mesmo segundos, antes de ele cometer suicídio.
- Esse lugar é racista. Eles me tratam muito mal aqui. Eles tratam mal todos os empregados negros aqui também. Então tive que tomar providências com as minhas próprias mãos e cuidar do problema.
Depois de ter assassinado oito colegas de trabalho, ele disse ainda:
- Só lamento não ter acertado mais pessoas.
Logo após o banho de sangue, surgiram versões de que Thornton teria reclamado para sua família e namorada do tratamento racista que estaria recebendo de quase todos os funcionários brancos no depósito de bebidas localizado em Connecticut, nos Estados Unidos.
Mas a polícia afirma não ter nenhuma evidência direta de racismo, enquanto os diretores da empresa e representantes dos sindicatos locais negaram a existência desse problema.
Thornton foi demitido naquele dia de seu emprego como motorista, por supostamente ter roubado cerveja enquanto fazia entregas. Ele levou duas pistolas semiautomáticas para o depósito e, logo depois de perder o emprego, cometeu o ato de violência.
As fitas da polícia, cujo conteúdo foi divulgado nos sites do jornal local Hartford Courant e do New York Times, são as últimas palavras de Thornton antes de cometer suicídio.
Segundo o policial que falou com Thornton por telefone, o assassino chegou a dizer que ?você provavelmente quer saber a razão para eu ter atirado nesse lugar?.
Na conversa, o atirador disse que os policias iriam matá-lo e, por isso, já sabia o que iria fazer para terminar a tragédia. E continuou com as acusações de racismo contra a empresa em que trabalhava. Então, o telefone ficou mudo e Thornton não falou mais nada.
Thornton era um dos poucos negros na empresa Harford Distributors, algo confirmado por uma das funcionárias que também ligou para a polícia durante o massacre.
As acusações de racismo foram negadas pela Hartford Distributors.