O corpo do ex-presidente Nelson Mandela chegou às 15h deste sábado (11h horário de Brasília) ao vilarejo de Qunu, onde será enterrado amanhã. O cortejo partiu da cidade de Mthatha, a 30 quilômetros de distância, onde pousou o avião militar trazendo o caixão após três dias de velório na cidade de Pretória e onde mais de 100 mil sul-africanos se despediram do ex-líder.
Escoltado por quase uma centena de carros, ônibus, tanques, motos e patrulhas policiais, o cortejo ainda ganhou um cordão de moradores locais ao longo da rodovia. ?Madiba merece uma festa aqui como a que fizeram para ele em Johannesburgo. Ele finalmente está voltando para seu lar?, disse Lebo Undjani, 28 anos, morador da cidade de East London, mas nascido em Qunu, e que viajou três horas para acompanhar os último momentos de Mandela.
A partir de agora, Mandela está a cargo dos rituais da etnia xhosa. Os parentes mais próximos e os anciões do vilarejo farão uma vigília na qual um boi será sacrificado e sua carne será assada sem qualquer tipo de tempero. Durante a cerimônia, Mandela será tratado como Dalibhunga, o nome que lhe deram aos 16 anos no rito de iniciação à vida adulta.
O enterro está marcado para começar às 8h do domingo (4h no horário de Brasília) sob uma tenda branca com capacidade para 5 mil pessoas e que foi construída exatamente sobre o local onde Mandela será sepultado. O príncipe Charles e o rei de Lesoto estão entre os convidados. Entre os líderes internacionais que confirmaram presença, estão o vice-presidente do Irã, Mohammad Shariatmadari; o da Nicarágua, Omar Hallesleven Acevedo.
O enterro não será televisionado a pedido da família. Ainda assim, cerca de 4 mil jornalistas foram credenciados para acompanhar os últimos momentos de Mandela. Uma estrutura foi montada para abrigar a imprensa dentro do Museu Nelson Mandela, no alto de uma colina com vista para a tenda onde o ex-líder será sepultado.