O número de mortos pela epidemia causada pela bactéria E.coli aumentou para 22, sendo 21 na Alemanha, segundo os últimos dados publicados no domingo pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), com sede em Estocolmo.
O último balanço registrava 19 pessoas falecidas, 18 na Alemanha e uma na Suécia.
Os países membros da União Europeia (UE) registraram 1.605 casos de contaminação pela Escherichia coli entero-hemorrágica (ECEH) ? uma grave diarreia ? e 658 casos apresentam sintomas da Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) ? que ataca os rins ?, informou o ECDC.
A maior parte dos afetados estão na Alemanha, são 1.536 casos de ECEH e 627 de SHU. Em relação ao balanço de sábado, são 328 novos casos de ECEH e 107 de SHU. Nas últimas 24 horas, só foram registrados quatro novos casos de ECEH no Reino Unido e um na Dinamarca. Os outros foram todos na Alemanha.
Os hospitais do país estão tendo dificuldades para lidar com o enorme fluxo de vítimas, disse o ministro da saúde, Daniel Bahr, no domingo. Em Hamburgo, epicentro do surto que começou há três semanas, os médicos têm dispensado pacientes com doenças menos graves, para poder atender às pessoas atingidas por uma cepa rara e extremamente tóxica da bactéria.
"Estamos enfrentando uma situação tensa em relação aos cuidados com os pacientes", disse Bahr ao jornal "Bild am Sonntag". Ele acrescentou que hospitais fora de Hamburgo podem ser utilizados para compensar a "falta de leitos" na segunda maior cidade da Alemanha.
Um porta-voz do hospital Regio Clinics, o maior hospital particular do estado de Schlewig-Holstein, que fica imediatamente ao norte de Hamburgo, disse que a crise estava usando os recursos até o limite.
"Todos os hospitais na região estão indo além dos seus limites", disse o porta-voz. "Podemos lidar com isso, mas alguns dos nossos pacientes precisam ser transferidos para outros hospitais, especialmente aqueles com SHU ou que precisam de diálise".
Ele acrescentou: "cirurgias para doenças não fatais estão sendo remarcadas. No entanto, parece que a situação está melhorando, já que agora temos apenas 60 pacientes que precisam ficar isolados, comparados com os 109 na sexta-feira".
Suspeitas
Autoridades alemãs estão correndo para rastrear a origem do patógeno. A principal suspeita é de que as pessoas tenham adoecido por comer alfaces, tomates, pepinos ou outros vegetais crus usados em saladas na Alemanha.
"Sou vegetariano, então isso me afeta muito", disse o motorista de táxi Wolfgang Roenisch. "Parei de comer pepinos, tomates e salada".
Mas Amin Najibi, dono de um pequeno restaurante, disse que ainda há alguns comedores de salada destemidos: "Ainda estamos servindo saladas, porém a procura diminuiu um pouco. Acho que as pessoas estão comendo normalmente".
Os cientistas estão seguindo uma série de teorias sobre onde a cepa da bactéria E.coli pode ter surgido. Especialistas disseram ao jornal "Welt am Sonntag" que ela pode ter se espalhado a partir de uma unidade de biogás. Durante o processo de fermentação de biogás, frequentemente novas bactérias se desenvolvem.
"Elas se cruzam e se fundem", disse Bern Schottdorf. "Até agora não foi pesquisado o que acontece depois disso".
No sábado, um microbiologista disse que as autoridades haviam identificado um restaurante na cidade Lübeck como um possível lugar onde a bactéria foi passada aos seres humanos. Pelo menos 17 pessoas infectadas com a E.coli haviam comido lá.