O ex-líder da rede al-Qaeda, Osama bin Laden, focou seus esforços até o fim da vida no ataque de americanos e no desenvolvimento de planos para matar líderes dos EUA, apontou uma análise de documentos apreendidos em seu esconderijo no Paquistão e divulgados nesta quinta-feira (3).
Segundo as cartas, o ex-líder da rede al-Qaeda desejava especialmente alvejar aviões que levassem o general David Petraeus [hoje chefe da agência de inteligência americana e ex-chefe da coalizão da Otan no Afeganistão] e até o presidente barack Obama, ponderando que sua morte levaria o "demsiado despreparado" vice-presidente Joe Biden à Presidência e mergulharia os EUA numa crise.
Os papeis, publicados pelo Centro de Combate ao Terrorismo [órgão de pesquisa financiado por fundos privados na Academia Militar dos EUA em West Point], também mostram que Bin Laden não era um "mestre de marionetes" que controlava grupos jihadistas de todo o mundo e estava sobrecarregado pelo que ele via como a "incompetência" deles.
"Com base nos 17 documentos desclassificados, Bin Ladin não era, como muitos pensavam, o mestre de marionetes puxando as cordas que movimentam os grupos jihadistas ao redor do mundo", afirmou um relatório sobre os documentos feito pelo Centro de Combate ao Terrorismo. "Bin Ladin estava sobrecarregado com o que via como a incompetência deles".
O centro soletra o nome de Bin Laden como Bin Ladin.
O líder da al-Qaeda, objeto de uma caçada intensa após os ataques de 11 de setembro de 2001, "não se impressionou com a tendência recente da jihad populista norte-americana" e não tinha alta estima pelo cidadão norte-americano Anwar al-Awlaki, disse o relatório. Awlaki foi morto no Iêmen por um ataque dos EUA no ano passado.
Awlaki é mencionado em uma carta, avaliada como tendo sido escrita por Bin Laden, que diz: "Espero que ele seja informado que nós ainda precisamos de mais dados do campo de batalha no Iêmen, de modo que seja viável para nós, com a ajuda de Deus, tomar a decisão mais adequada para aumentar a escalada ou diminui-la."