A Bolívia é o maior abastecedor do mercado sul-americano de cocaína, segundo o peruano César Guedes, representante das Nações Unidas contra as Drogas e o Crime (ONUDC), entrevistado no domingo (13) por um jornal local.
"Sobre a droga boliviana, sabe-se que apenas 1% que sai do país chega ao mercado americano. A Bolívia é o maior abastecedor do mercado sul-americano, a outra parte vai para a Europa", disse ao jornal Página Siete.
"A Bolívia é um país de passagem. Ela serve de ponte para a droga da Colômbia e do Peru para o mercado sul-americano emergente", apontou.
Segundo o funcionário "a maior parte da droga colombiana vai para os Estados Unidos, 20% para a Europa e outros locais. Do Peru, a metade vai para o mercado americano e a outra metade para Europa e América do Sul".
O negócio da cocaína move anualmente, só nos países andinos da região (Bolívia, Colômbia e Peru), cerca de US$ 85 bilhões, de acordo com estudos do organismo internacional.
Guedes parabenizou o recente acordo para normalizar as relações entre Bolívia e Estados Unidos e afirmou que "seria bom que fossem analisadas as novas propostas da DEA para trabalhar com a nova Bolívia". Recentemente a população interna do país recusou a retomada das ações da DEA.
Segundo ele, o Brasil, que trabalha com a Bolívia em um acordo de cooperação na luta antidroga, "não tem todas as capacidades técnicas da DEA, mas tem muitas outras que podem servir para paliar o problema entre os dois países" em uma fronteira comum de 3.100 km permeada pelo narcotráfico e o crime.
A Bolívia é o terceiro produtor mundial de cocaína, depois da Colômbia e Peru.