Autoridades ligadas ao Itamaraty afirmam que uma negociação direta com representantes do Hamas será necessária para viabilizar a retirada de 25 brasileiros que manifestaram o desejo de sair da Faixa de Gaza. O conflito entre o grupo Hamas e Israel, que teve início no sábado (7), já causou mais de 1.500 mortes. O Itamaraty já recebeu mais de dois mil pedidos de repatriação.
Por conta dos ataques do Hamas, três brasileiros estão desaparecidos na região. Eles estavam presentes na festa rave que foi atacada, resultando em pelo menos 260 mortes. De acordo com as fontes, a autoridade palestina não é a entidade com a qual é possível negociar, pois o verdadeiro poder na zona de conflito encontra-se nas mãos do Hamas.
Os brasileiros que desejam sair ad Faixa de Gaza comunicaram sua intenção aos membros da diplomacia brasileira em Ramallah e no Egito. Estima-se que 6 mil brasileiros residam na Faixa de Gaza. O plano é retirá os brasileiros pela fronteira com o Egito, pois o país faz fronteira com a Faixa de Gaza, que é o epicentro do combate entre o grupo armado Hamas e as forças militares de Israel.
Conforme apurado pela jornalista Andréia Sadi, a retirada dos brasileiros pela passagem na fronteira de Gaza com o Egito, que possui cerca de 7 quilômetros de distância, representa perigo em meio ao conflito armado. Se um acordo for estabelecido com as autoridades egípcias, a evacuação deverá ocorrer por via terrestre, da forma mais célere possível. Mas, tudo vai depender das conversas com o Hamas. Até agora, integrantes do Ministério das Relações Exteriores, em Israel e no Egito, se esforçam para chegar a alguma posição.
A prioridade, nesta etapa, é para turistas na primeira leva de brasileiros que partirá de Tel Aviv na terça-feira (10), pois estes não possuem família, casa ou endereço em território israelense. A lista está em processo de definição. A embaixada brasileira em Tel Aviv recebeu mensagens de 2 mil brasileiros que manifestaram interesse em retornar ao Brasil, sendo a maioria formada por turistas hospedados em Tel Aviv e Jerusalém.