Brasileiro condenado à morte por tráfico na Indonésia já perdeu seus dentes e cabelos

Sem receber muitas visitas, Archer andava com roupas puídas até pouco tempo atrás

Marco Archer Cardoso Moreira em cela na Indonési | Divulgação
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Quase nove anos detido na Indonésia transformaram o instrutor de voo livre Marco Archer Cardoso Moreira. A aparência não é mais sadia nem o cabelo está arrumado como nas poucas fotos que a imprensa tem dele, todas tiradas em 2003 ou 2004.

O brasileiro quase não tem mais dentes; eram, na verdade, implantes feitos depois de um acidente de parapente, em 1997, que quase o matou -e lhe deixou uma dívida com um hospital que, de acordo com ele, foi a razão da sua ida com droga à Indonésia seis anos depois.

Sem tratamento dentário, os implantes caíram.

O cabelo também rareou, fruto da idade. E agora ele fuma cigarros, o que não fazia quando estava livre.

Sem receber muitas visitas, Archer andava com roupas puídas até pouco tempo atrás, quando um grupo de amigos do Rio enviou roupas e produtos de higiene pessoal. Um parente lhe ajuda mensalmente com dinheiro e lhe conforta com ligações quase diárias. A mãe dele morreu em 2010.

A distância dificulta a ida de amigos à prisão.

SEM OFICIALIZAÇÃO

O embaixador brasileiro em Jacarta, Paulo Soares, disse ontem que não foi notificado da execução nem da recusa, pelo presidente Susilo Bambang Yudhoyono, ao segundo pedido de clemência feito para tentar livrá-lo da morte.

Isso não significa que o brasileiro escapará. Nos bastidores, o próprio governo brasileiro dá como certa a recusa ao pedido.

O fato de não haver oficialização dá ao Brasil algum tempo. Pela lei local, é preciso notificar o país, o advogado de defesa (que é pago pelo Brasil) e a família.

Ontem, Soares mostrou descontentamento à Procuradoria-Geral de Justiça da Indonésia por ter sabido pela imprensa da intenção de executar Archer.

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