Morto no acidente de trem da última quarta-feira em Santiago da Compostela, na Espanha, o brasileiro Fábio Cundines Antelo, de 25 anos, de nacionalidade também espanhola, era um amante da fotografia e do futebol. De acordo com o jornal ?A Voz da Galícia?, seu trabalho como editor gráfico na publicação ?Líbero? ? que se autodefine como ?uma revista de futebol que trata do amor por esse esporte sem gritar, com bom gosto e profundidade? ? permitia que o jovem combinasse essas duas paixões.
Na última edição, publicada em meados de fevereiro, Antelo assinou as fotografias de uma entrevista com Julen Guerrero, ex-jogador de futebol basco. Mas muitos outros exemplos foram deixados em sua página no Facebook. Outro trabalho recente foi uma contribuição para a revista ?Forbes?.
?Aqui uma imagem que fiz de Justo, um senhor que pinta os bonecos da Alegria Industries?, comentou na rede social.
Antelo também foi um ativista social, como mostram seus pedidos para acabar com a corrupção na Espanha, pela reforma eleitoral, para investigar os crimes do franquismo ou para que o governo desbloqueasse o cartão de saúde de desempregados.
? Ele foi uma daquelas pessoas que por seu idealismo e ausência de preconceitos tornam o mundo um lugar melhor ? afirmou, ao ?A Voz da Galícia?, o amigo Javier Saa Daparte, que estudou com o brasileiro na escola de Santa Apolónia.
O jovem nasceu no Brasil em 30 de setembro de 1987, embora tenha passado toda a vida em Santiago de Compostela.
?Estou me sentindo como se tivessem me espancado. Como a vida é injusta. Descanse em paz Fábio. Nunca te esqueceremos. Tomara que esse pesadelo acabe logo?, escreveu o amigo James Lema na rede social.