A polícia da Espanha anunciou nesta quinta-feira (30) que desbaratou na semana passada na província de Gerona uma rede de prostituição que tinha integrantes e vítimas brasileiros.
Foram presas 22 pessoas, suspeitas de favorecer a imigração ilegal, cometer crimes de prostituição, formar quadrilha e atentar contra os direitos dos trabalhadores. Também foram detidas 18 prostitutas, a maioria brasileiras, que não tinham permissão para morar e trabalhar na Espanha. Foi aberto um processo administrativo para a deportação delas.
As vítimas eram atraídas à Espanha por e-mail e por redes sociais, segundo as autoridades. Mais de 100 homens e mulheres teriam sido atraídos pela quadrilha. Elas chegavam à Europa via Paris e depois eram levadas de carro para a Espanha.
As prisões ocorreram nas cidades de Fontcoberta, Mont-Ras, Medinyà e Gerona.
Foto divulgada pela polícia da Espanha mostra mulheres que eram exploradas pela quadrilha.
Os depoimentos de seis pessoas que tinham sido vítimas da organização deram início às investigações, em abril de 2009, nas cidades de Gerona e Barcelona.
Após um ano e meio de investigações em colaboração com as autoridades brasileiras, a polícia espanhola conseguiu desarticular a rede, que explorava sexualmente tanto mulheres, homens e transexuais.
As vítimas contraíam dívida com os membros da organização, que oscilava entre 2,5 mil e 9 mil euros. Elas tinham de pagar com a venda do próprio corpo.
Mas a dívida ia aumentado de forma arbitrária com pagamento de "multas" por infringir normas de comportamento ou contas de eletricidade, telefone ou televisão.
A quantia recebida pelo primeiro programa era sempre para o prostíbulo, a segunda para pagar parte da dívida contraída com a rede e, a partir do terceiro programa, o clube ficava com um terço do dinheiro.
O resto ficava com a vítima, que o usava para saldar o resto da dívida.
Durante a operação, a polícia investigou sete domicílios, nos quais foram encontrados 74.203 euros em dinheiro, 400 gramas de maconha e duas balanças de precisão.