Autoridades italianas informaram neste sábado que a busca para recuperar os corpos de um barco que naufragou próximo à ilha de Lampedusa foi cancelada pelo segundo dia por causa do mau tempo. Segundo o chefe da polícia, Leonardo Ricci, a agitação do mar está impedindo o trabalho de mergulhadores. Mais de 200 pessoas ainda estão desaparecidas, em uma tragédia que gerou indignação em todo o país e cobranças por mudanças na legislação e uma política de imigração comunitária na União Europeia.
Enquanto os mergulhadores não retomam os trabalhos, a guarda costeira italiana usa aviões e helicópteros para localizar os corpos de imigrantes ao redor do barco. A embarcação de 20 metros que levava imigrantes africanos à ilha italiana afundou na quinta-feira. Os passageiros haviam passado dois dias no mar viajando da Líbia. Apenas 155 pessoas sobreviveram; 111 corpos foram recuperados.
- Até o momento, não temos condições para mergulho. O mar e o vento forte não permitem isso - informou Filippo Marini, porta-voz da Guarda Costeira, uma das forças de segurança envolvidas nas tarefas de localização das pessoas desaparecidas.
Moradores de Lampedusa realizam neste sábado mais um dia de homenagem às vítimas do naufrágio. Pescadores se dirigiram ao local do acidente para jogar flores no mar.
Na noite de sexta-feira, centenas de pessoas fizeram vigílias pelas ruas da Itália, com velas e cartazes com dizeres como ?Parem! Não há desculpas para a indiferença?. Uma marcha saiu pelas vias de Lampedusa durante a noite, contando com a participação de cerca de mil imigrantes que chegaram à ilha recentemente.
O prefeito de Roma, Ignazio Marino, anunciou que os sobreviventes serão acolhidos em dois centros da capital. Segundo ele, o transporte a Roma será coordenado com o Ministério do Interior e levará pelo menos 48 horas para lidar com os procedimentos técnicos.