Os dois postulantes à presidência da Argentina exerceram seu direito de voto neste domingo (19) durante o segundo turno das eleições do país, aguardando os resultados da apuração, previstos para serem divulgados a partir das 21h.
O candidato peronista apoiado pelo governo, Sergio Massa, que também ocupa o cargo de ministro da Economia, foi o primeiro a votar. Por volta do meio-dia, ele deixou sua residência para dirigir-se a um colégio no município de Tigre, nos arredores da capital argentina. Após depositar seu voto, Massa expressou a perspectiva de uma "nova etapa" para a Argentina, destacando a importância desta eleição decisiva.
"Começamos uma nova etapa na Argentina, com diálogos e consensos necessários para que nossa pátria percorra um caminho muito mais virtuoso no futuro", declarou o candidato.
Milei
Javier Milei, o economista ultraliberal, votou pouco tempo depois em Buenos Aires, onde foi recebido com xingamentos por opositores e saudações por seus apoiadores. Ao sair, Milei demonstrou tranquilidade diante da espera pelos resultados das urnas e denunciou uma "campanha suja" durante o segundo turno.
"Nós estamos muito satisfeitos apesar da campanha do medo e de toda a campanha suja que fizeram contra nós. Fizemos todo o esforço possível. Agora, que falem as urnas, é o momento de as pessoas se expressarem", afirmou.
Presidente Alberto Fernández
O atual presidente argentino, Alberto Fernández, também votou em Buenos Aires, antes dos outros dois candidatos. Ele destacou que, apesar das tensões durante a campanha, o país conseguiu evidenciar seu respeito pelos processos democráticos.
Mais de 35 milhões de argentinos foram convocados a participar de um dos processos eleitorais mais tensos e incertos da história recente do país, com pesquisas indicando um empate técnico entre Massa e Milei, com uma pequena vantagem para Milei.
Cenário polarizado
A campanha eleitoral foi marcada pela agressividade, polarizando a sociedade, conforme observou Paola Zubán, diretora da consultoria 'Zubán, Córdoba y Asociados'. Os índices de rejeição aos dois candidatos ultrapassam 50%, refletindo o clima de medo e raiva que permeia o eleitorado.
"Estamos diante de uma das campanhas mais agressivas já presenciadas, e a sociedade ficou ainda mais polarizada", declarou à AFP Paola Zubán, diretora da consultoria 'Zubán, Córdoba y Asociados', que prevê um resultado muito apertado. "Será uma eleição voto a voto."
Sergio Massa encerrou sua campanha com eventos em Buenos Aires direcionados a jovens e idosos, enquanto Javier Milei concentrou seus esforços na província de Córdoba, onde a oposição ao peronismo é forte. Durante o segundo turno, Milei tentou moderar seu tom polêmico, enquanto Massa buscou se distanciar das críticas recebidas durante a crise econômica, surpreendendo ao liderar o primeiro turno.
O último debate entre os candidatos indicou uma vantagem para Sergio Massa, que adotou um tom mais sóbrio e desafiador. No entanto, resta a dúvida se esse desempenho se refletirá nas urnas, especialmente diante das denúncias de suposta fraude levantadas pelo partido de Milei antes do encerramento da campanha.
Com informações do g1