Cardeais rezam a Deus para saber escolher o papa que a Igreja precisa

Segundo a imprensa italiana, que não cita fontes, Scola contaria com 37 votos e Scherer com 29

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Há apenas dois dias do início do conclave, alguns cardeais eleitores celebraram missas neste domingo nas igrejas de Roma e todos rezaram ao Espírito Santo para que "saibam escolher" o papa que a Igreja precisa no atual momento.

Assim afirmou o cardeal de Sevilha (Espanha), Carlos Amigo Vallejo, que rezou uma missa na Igreja Nacional Espanhola de Santiago e Montserrat, na capital romana, onde, perante a pergunta se chegou o momento de um pontífice da América ou da África, afirmou que "Deus entende todos os idiomas e conhece todas as cores".

"O papa não é um maravilhoso tecnocrata. É um pastor", acrescentou o franciscano Amigo, de 79 anos, que assinalou que a Igreja sempre teve dificuldades, mas que sempre estará guiada por Deus, que "jamais deixará de sustentá-la com seus braços".

Vallejo considerou também que a Igreja "não deve repetir os erros" nos quais caiu muitas vezes, "mas também não pode exagerá-los" e tampouco "sentir pena" de si mesma.

"A credibilidade da Igreja chega pelas pessoas", ressaltou o cardeal, que assegurou que apesar da secularização que percorre o mundo "a Igreja não está em retirada e tem desejo de renovação".

Sobre estes dias de congregações preparatórias do conclave, Amigo comentou que ser eleitor do novo papa representa "uma grande responsabilidade" e que entre eles há "uma enorme paz, pois sabemos que Deus está conosco, nos acompanha e isto é um sinal do Espírito Santo".

"Não há nenhum tipo de angústia, mas uma grande serenidade, paz e o desejo de buscar aquela pessoa que pode servir melhor à Igreja", concluiu, sem prever se este conclave será breve ou longo.

Na mesma linha se pronunciou também o cardeal de Nova York, Timothy Dolan, considerado um dos "papáveis", que na missa que oficiou na igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, também em Roma, disse que era impossível saber a duração do conclave.

Por sua parte, o porta-voz vaticano, Federico Lombardi, ressaltou que os últimos conclaves duraram dois, três ou quatro dias, ou seja, foram breves.

Um conclave que durasse muitos mais dias poria em evidência - ressaltou - "uma situação bloqueada, uma falta de consenso, embora não haja motivos para pensar que se possa chegar a essa situação".

O cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão e considerado um dos "papáveis" com mais possibilidades, declarou na missa na Basílica dos Santos Apóstolos de Roma que o próximo pontífice deve seguir a forma dos últimos papas e tem que ser "santo".

Já o cardeal de Madri, Antonio María Rouco Varela, que celebrou sua cerimônia na Igreja de São Damásio, salientou a necessidade de conversão que há na sociedade e nessa mesma linha se pronunciou o cardeal de Budapeste, Péter Erdõ (também na lista de "papáveis") que disse na igreja de Santa Balbina do Aventino que os homens têm que encontrar o caminho "verdadeiro em direção a Deus".

O cardeal de Boston, o frade capuchinho Sean O"Malley, outro dos considerados com maior probabilidade de ser eleito papa, assegurou na missa que oficiou na igreja de Santa Maria da Victoria que "voltará" a sua diocese, dando a entender que não será escolhido.

Enquanto os cardeais se preparam para fechar-se na Capela Sistina na próxima terça-feira, alguns meios de comunicação italianos garantem que Scola e o brasileiro Pedro Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, são os dois que aglutinariam neste momento o maior número de votos, mas que não alcançariam os necessários para ser escolhidos.

Para ser eleito papa são necessários dois terços dos votos em todos os escrutínios. Os cardeais eleitores são 115, por isso são necessários pelo menos 77 votos.

Segundo a imprensa italiana, que não cita fontes, Scola contaria com 37 votos e Scherer com 29, números que evidenciariam que, por enquanto, não há um candidato forte capaz de unir o maior número de cardeais.

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