O serviço social britânico retirou de um casal britânico a guarda de três crianças que adotou por sua afiliação ao Partido da Independência do Reino Unido (Ukip), já que o consideram "racista", segundo informou neste sábado o jornal Daily Telegraph. O casal, que estava há sete anos junto, havia passado dois meses com as três crianças, quando os serviços sociais entraram em contato por sua pertinência ao partido político.
A prefeitura de Rotherham (norte da Inglaterra) alega que as crianças não eram "britânicos nativos brancos" e que preocupava a posição sobre imigração da Ukip, um partido de extrema direita com forte caráter nacionalista. O casal, que não foi identificado, revelou em declaração ao jornal que os serviços sociais os acusaram de pertencer a um partido racista e a Ukip qualificou a decisão de "atroz".
As duas meninas e o menino, de uma minoria étnica e procedentes de famílias desestruturadas, foram adotados pelo casal o setembro passado. A diretora do departamento da infância e da juventude da prefeitura de Rotherham, Joyce Thacker, explicou hoje à BBC que sempre tentam inserir as crianças em um ambiente "culturalmente sensato".
"Essas crianças não são britânicas e não sabíamos das posturas políticas dos pais adotivos. Existem ideias muito duras no partido Ukip e temos que pensar no futuro das crianças", afirmou Thacker. Além disso, os serviços sociais afirmaram que não existe uma proibição explícita para os membros da Ukip no processo de adoção e que o casal afetado será autorizado a adotar outras crianças no futuro.
O líder da Ukip, Nigel Farage, criticou duramente a decisão e disse estar "incomodado e zangado". "Esse casal esteve acolhendo crianças durante muitos anos e são gente muito decente", defendeu Farage, que reconheceu não estar surpreso politicamente, já que "se trata do típico fanatismo do Partido Trabalhista e das prefeituras administrados por eles".