Eles se conheceram ainda na juventude, ficaram casados por 65 anos e, no início de novembro, morreram no mesmo dia, com apenas alguns minutos de diferença.
Harry Stevenson, de 88 anos, e Mavis Stevenson, de 89 anos, eram descritos por seus familiares como "um casal inseparável".
Mavis foi a primeira a partir, na manhã de 3 de novembro, na casa de repouso St Werburgh’s House, onde o casal morava, na cidade de Derby, na Inglaterra.
Ela passou a viver no local depois que sua saúde piorou. Harry fez questão de também se mudar para o estabelecimento para que não ficassem separados.
"As enfermeiras disseram a ele da forma mais gentil possível que ela havia falecido", afirmou o sobrinho do casal, Stephen Creswell, de 63 anos, à agência de notícias Cater News.
Harry participou do famoso desembarque na Normandia, no Dia D, e depois foi transferido para lutar contra os japoneses na Ásia.
Os dois se casaram pouco depois de Harry voltar para casa, onde ele trabalhou como marceneiro por 50 anos.
O sobrinho do casal acredita que a separação durante a guerra tornou o laço entre eles ainda mais forte e que isso fez com que eles se recussassem a ficar separados outra vez.
Há cinco anos, a saúde de Mavis se deteriorou. Ela não podia mais sair de casa nem fazer trabalhos pesados. Harry assumiu as tarefas de casa, como cozinhar, limpar e lavar as roupas do casal, que não teve filhos.
"Era adorável, porque foi uma completa inversão dos papéis que eles tiveram durante suas vidas. Era díficil para ele cuidar dela, mas Harry estava determinado a ficar na mesma casa que Mavis", contou Creswell.
'Final triste e feliz'
"Elas disseram que ele chorou um pouco, mas não foi nada dramático. Elas saíram do quarto e, quando voltaram, o encontraram morto, com uma lágrima ainda em seu olho."
'Amor eterno'
A condição de Mavis era frágil e sua morte, esperada. Já seu marido estava bem de saúde, apesar de requerer alguns cuidados.
O casal se conheceu ainda na adolescência. Começaram a namorar pouco antes de ele se alistar para lutar na Segunda Guerra Mundial, em 1943.
Foi nesta casa de repouso que eles passaram seus últimos meses juntos.
"Harry sempre pediu cobertores para ela e queria ter certeza de que ela estava sendo bem cuidada", relembra a gerente da casa de repouso, Grace Matebele.
"Foi um final triste, mas também feliz."
Mesmo triste, o sobrinho do casal afirma que não poderia imaginar um final mais adequado para a vida que eles passaram juntos.
"O amor deles nunca acabou, e sei que eles nunca gostariam de ficar separados. É muito triste, mas também maravilhoso, porque eles ficaram juntos até o fim e nenhum deles teve de ficar sozinho."