Charlie Hebdo desencadeia nova polêmica com charges de refugiados

Nas redes sociais, a maioria das reações foi bastante furiosa

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O jornal satírico francês Charlie Hebdo ficou no centro de uma polêmica nesta semana. A publicação divulgou charges que abordam a reação países europeus predominantemente cristãos à onda de imigrantes de zonas de guerra sobretudo muçulmanas, como Síria e Iraque.

Um dos desenhos é a representação da foto chocante de Aylan Kurdi, o menino sírio encontrado morto em uma praia da Turquia depois de uma tentativa fracassada de cruzar o Mar Mediterrâneo com a família para a Grécia. A foto despertou o mundo para a crise migratória.

A charge mostra uma criança de bermuda e camiseta, com o rosto afundado na areia, ao lado de um cartaz de propaganda divulgando promoção de duas refeições infantis pelo preço de uma. “Cheguei tão perto...”, diz o texto.

Outra charge, também de autoria de um dos desenhistas que sobreviveram ao atentado à redação da revista em Paris, traz a legenda: “Uma prova de que a Europa é cristã”.

Ela acompanha a imagem de uma figura semelhante a Jesus caminhando sobre a água enquanto uma figura menor de bermuda mergulha de cabeça. O primeiro diz: “Os cristãos caminham sobre a água”, e o segundo diz: “As crianças muçulmanas se afogam”.

O desenho despertou críticas da mídia internacional e também de veículos franceses, que classificaram a charge como "insensível" e "repugnante".

No entanto, algumas opiniões contrárias afirmam que a revista estava criticando a posição europeia em relação ao fluxo de refugiados para o continente, e não ironizando a morte de Aylan. Nas redes sociais, a maioria das reações foi bastante furiosa, mas houve também quem defendesse os cartunistas.

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