O motim e o posterior incêndio ocorrido na madrugada desta quarta-feira em uma penitenciária de Santiago, que já deixaram 83 presos mortos, é "uma enorme desgraça, provavelmente a maior da história" do sistema carcerário do país, declarou o governo chileno.
Em declarações feitas nos arredores da prisão de San Miguel, situada ao sul da região metropolitana, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, confirmou que até o momento há 83 mortos e 14 feridos em estado grave. Segundo o ministro, a situação ainda é incerta, por isso que "é preciso esperar muitas horas para determinar com precisão" o número de feridos.
O acidente teve início com um motim às 5h30 no horário local (6h30 de Brasília) e, em seguida, alguns presos queimaram colchões dando origem a um incêndio, revelaram os agentes penitenciários. A prisão de San Miguel tem capacidade para 1,1 mil presos, mas atualmente abriga 1.961, o que "reflete a precariedade do sistema carcerário chileno", segundo o diretor do presídio, Luis Masferrer Farias.
"Atuamos com prontidão, mas temos mais de 1,9 mil presos", destacou Farias, quem acrescentou que desde que assumiu o cargo há alguns meses ele denuncia a aglomeração e as precárias condições das prisões chilenas. O ministro da Justiça, Felipe Bulnes, declarou que a principal preocupação das autoridades no momento são os feridos.
Equipes de psicólogos e assistentes sociais foram contratadas para prestar esclarecimento às famílias dos presos. "Queremos fornecer informação correta e fidedigna, considerando a gravidade dos fatos", destacou o ministro da Saúde referindo-se aos parentes dos presos que se amontoaram nos arredores do presídio.
As autoridades temem que o número de vítimas aumente devido à gravidade das queimaduras.