Cinzas de vítima de estupro na Índia são jogadas no rio Ganges

Estudante morreu após duas semanas de ataque sofrido dentro de ônibus

Menina homenageia vítima de estupro coletivo na Índia | Reuters
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As cinzas da estudante indiana que morreu após ser estuprada por um grupo de homens foram espalhadas pelo rio Ganges nesta terça-feira, à medida que relatos de mais ataques acenderam um debate nacional sobre violência contra mulheres.

A morte da mulher de 23 anos, que não foi identificada, levou manifestantes às ruas em toda a Índia, em meio a uma indignação nacional e promessas do governo de punições mais duras para esses tipos de crimes.

Na segunda-feira (31), as Forças Armadas da Índia cancelaram as celebrações de Ano Novo, refletindo o clima pesado em todo o país após o crime, que provocou protesto internacional.

Clubes sofisticados, políticos e indianos comuns também cancelaram as festas em respeito à mulher de 23 anos que morreu no sábado após duas semanas do ataque brutal contra ela.

O ataque provocou protestos e um debate nacional que revelaram fissuras profundas na sociedade indiana, em que a visão patriarcal sobre as mulheres entra em confronto com uma cultura urbana em crescente modernização.

Autoridades reprimiram manifestações no coração de Nova Délhi antes do Natal, mas centenas de pessoas se juntaram para diversas vigílias na noite desta segunda-feira e mais eventos estavam planejados em Nova Délhi.

O Exército, a Marinha e a Aeronáutica receberam ordens para cancelar quaisquer festas, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa.

"Não há celebração de Ano Novo. (...) Haverá um tributo à luz de velas. (...) Depois disso, o clube será fechado", disse o secretário do Delhi Golf Club, Rajiv Hora, no centro da cidade.

O crime

O ataque de 16 de dezembro evidenciou uma epidemia de violência contra mulheres na Índia, onde um estupro é registrado em média a cada 20 minutos.

Nesse dia, a jovem e seu namorado voltavam do cinema em um ônibus, onde seis homens, incluindo o motorista, a estupraram e agrediram sexualmente com uma barra de ferro para depois jogá-la para fora do veículo.

Seu namorado, um engenheiro de computação de 28 anos, também sofreu graves ferimentos depois de ter sido atacado e jogado na estrada.

Depois de ser tratada em um hospital de Nova Délhi, a jovem indiana foi transferida ao hospital Mount Elizabeth de Cingapura na quarta-feira à noite, onde os médicos não conseguiram impedir sua morte, certificada no início do sábado.

O corpo da vítima, de família pobre, foi cremado no domingo em Nova Délhi, segundo o ritual hindu.

Seus agressores enfrentam a pena de morte, que na Índia é executada com a forca, embora este país não costume aplicar este tipo de sentença.

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