Confrontos nas ruas do Cairo matam 5 durante a noite

General da reserva diz que Forças Armadas vão atirar contra apoiadores de presidente.

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Ao menos cinco pessoas morreram baleadas na manhã desta quinta-feira (3) na praça Tahrir (liberdade), no centro do Cairo, onde uma batalha campal entre adversários e partidários do presidente do Egito, Hosni Mubarak, já havia deixado três mortos e centenas de feridos nesta quarta-feira (2).

A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde.

Tiros esporádicos começaram a ser ouvidos às 4h locais (0h de Brasília) e prosseguiam com o passar das horas. Os disparos, procedentes da ponte de Outubro, onde permanecem posicionados os partidários de Mubarak, também deixaram vários feridos.

Os tanques do Exército que cercam a praça executavam manobras na manhã desta quinta-feira, mas não estava claro se deixariam o local.

A praça Tahrir é o epicentro da revolta popular que há dez dias exige a queda de Mubarak. Os protestos se tornaram violentos nesta quarta-feira, quando partidários do presidente passaram a atacar os manifestantes posicionados no centro da capital.

Embora o número oficial de feridos no confronto seja de pouco mais de 600, fontes médicas citadas pela agência Reuters disseram que a cifra real pode passar de 1.500.

Opositores acusam policiais de provocar violência

O dirigente opositor e Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei afirmou que "homens armados saíram para atacar manifestantes pacíficos".

- Ficou provado que eram oficiais da polícia à paisana.

A emissora árabe Al Jazeera revelou as supostas identidades de policiais que participaram dos confrontos junto aos partidários do presidente.

Um porta-voz do Ministério do Interior desmentiu essas informações em declarações à agência oficial egípcia Mena e negou que "membros da polícia disfarçados de civis tenham participado dos enfrentamentos".

Exército pode começar a intervir

Um general da reserva do Exército do Egito disse a um jornalista da rádio britânica BBC4 que as Forças Armadas estão prontas para agir e que "Mubarak estará fora do governo amanhã [sexta-feira]".

Até agora, o Exército tem procurado não intervir nos protestos, mas testemunhas citadas pelo jornal britânico The Guardian disseram que soldados ordenaram aos apoiadores do presidente que se retirem da região da praça Tahrir.

Ainda de acordo com o general citado pela BBC, as Forças Armadas "estão prontas para atirar contra os apoiadores de Mubarak se eles atacarem os manifestantes nesta quinta-feira".

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