O copiloto do voo 4U-9525 da Germanwings, que caiu nos Alpes franceses na semana passada, havia recebido tratamento psicológico por apresentar tendências suicidas, afirmou a procuradoria de Düsseldorf nesta segunda-feira (30/03).
"Há muitos anos, antes de obter sua licença para pilotar, o copiloto passou por um longo período de tratamento psicoterapêutico, com tendências suicidas perceptíveis", disse a procuradoria da cidade onde o copiloto Andreas Lubitz vivia. Segundo os procuradores, em visitas recentes a médicos, Lubitz recebeu atestados para dispensa de serviço, mas não demonstrou mais tendência de comportamento suicida ou agressivo.
O porta-voz da procuradoria, Ralf Herrenbruck, disse que os investigadores não encontraram sinais de alguma enfermidade física ou indícios do motivo pelo qual o copiloto teria derrubado o avião deliberadamente. Nada envolvendo as relações familiares ou de trabalho de Lubitz pode ser considerado um motivo para o desastre, disse a procuradoria. Durante buscas nas residências do copiloto e de seus pais, não foi encontrada nenhuma carta de despedida. Lubitz, de 27 anos, é apontado como o suspeito de provocar a queda do Airbus 320, que viajava de Barcelona a Düsseldorf na última terça-feira, com 144 passageiros e seis tripulantes a bordo.
Um minuto depois de alcançar a velocidade de cruzeiro, ou seja, a velocidade ideal para o percurso, o avião perdeu altitude continuamente durante cerca de oito minutos. As gravações de áudio do cockpit indicam que o copiloto do voo 4U-9525 voluntariamente colocou o avião em rota de queda num momento em que o piloto havia se ausentado da cabine de comando. Na última sexta-feira, a promotoria de Düsseldorf anunciou ter encontrado um atestado médico rasgado para dispensa de serviço, válido para o dia da queda da aeronave.