O chefe dos serviços de inteligência da Coreia do Sul afirmou nesta quarta-feira (1º) que é muito provável que a Coreia do Norte vá atacar novamente o país, segundo a agência oficial Yonhap.
"Há uma grande possibilidade de que o Norte vá fazer outro ataque", diss Won Sei-hoon, diretor do Serviço Nacional de Inteligência, perante um comitê parlamentar.
De acordo com ele, os ataques estão ligados ao processo sucessório do fechado regime comunista norte-coreano.
Ex-militares sul-coreanos visitam nesta quarta-feira (1º) a ilha de Yeonpyeong para ver os estragos provocados pelo ataque norte-coreano.Ex-militares sul-coreanos visitam nesta quarta-feira (1º) a ilha de Yeonpyeong para ver os estragos provocados pelo ataque norte-coreano. (Foto: AP)
O líder Kim Jong-Il estaria tentando reafirmar sua força para tentar emplacar como sucessor seu filho, Kim Jong-un, em meio a "crescentes protestos" devidos à crise econômica do país.
A Coreia do Norte atacou na semana passada uma ilha próximo à fronteira entre os dois países, no Mar Amarelo, matando dois civis e dos militares e deixando cerca de 20 feridos.
Exercícios militares
Em seguida aos ataques, a Coreia do Sul e os EUA fizeram na região exercícios militares que terminaram nesta quarta e planejam novas manobras na região em dezembro ou no começo de 2011, segundo o Estado Maior da Coreia do Sul. O objetivo do treino é "reforçar a dissuasão" contra a Coreia do Norte, segundo o governo dos EUA.
Cooperação
A China deseja relações de cooperação com os Estados Unidos na região Ásia-Pacífico, declarou nesta quarta o ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechti,.
Yang fez a declaração em meio a tensão na península coreana, que provocou reações opostas entre Pequim e Washington. Na véspera, os EUA haviam pedido que a China chamasse a atenção da Coreia do Norte sobre seu comportamento beligerante.
Desertores
Várias autoridades norte-coreanas desertaram para a Coreia do Sul, no momento em que Pyongyang enfrenta uma situação interna "cada vez mais caótica", informam notas diplomáticas americanas publicadas pelo site Wikileaks.
Segundo um telegrama diplomático de janeiro de 2010, assinado pelo embaixador americano em Seul, no qual ele cita o ministro sul-coreano das Relações Exteriores, as deserções de várias autoridades norte-coreanos de destaque no exterior não foram divulgadas publicamente.
"Um número não determinado de funcionários norte-coreanos em missão no extranjero desertou recentemente", afirma o ministro Yu Myung-Hwan, segundo a nota.
O chanceler sul-coreano disse ainda que a sucessão no comando do regime comunista, entre Kim Jong-Il e seu filho Kim Jong-Un, 27 anos, "não acontece tranquilamente" e que uma reforma monetária provocou grandes problemas para Pyongyangn.