O governo de Raúl Castro autorizou, nesta quarta-feira (22), empresas imobiliárias a alugar casas e salas comerciais a cubanos, suspendendo uma proibição vigente durante décadas, segundo uma resolução publicada no Diário Oficial. No final de 2011, Raúl Castro autorizou a compra e venda de casas, que foi proibida durante décadas.
A nova resolução autoriza agora as "pessoas naturais e moradoras de Cuba" a contratar "os serviços de arrendamento de imóveis ofertados por entidades imobiliárias autorizadas".
Contudo, a resolução alerta que os cubanos não poderão alugar esses imóveis para usá-los como "escolas internacionais, agências de imprensa e organizações não-governamentais".
Até agora só os estrangeiros residentes na ilha e as instituições (nacionais ou estrangeiras) podiam alugar imóveis de agências imobiliárias, que são estatais ou de capital misto (sociedade do Estado com uma empresa estrangeira).
Este é outro passo nas reformas econômicas de Raúl Castro e estima-se que beneficiará, principalmente, ao crescente número de trabalhadores privados na ilha comunista.
Cuba, com uma população de 11,1 milhões de habitantes, tem agora cerca de 445 mil trabalhadores privados ou "por conta própria", dedicados fundamentalmente a atividades de serviços, o que criou uma crescente demanda por imóveis de uso comercial.
O negócio imobiliário começou a florescer a partir dos anos 90 com as tímidas reformas econômicas que o então presidente Fidel Castro (1959-2006) aprovou após a desintegração do bloco soviético.
As imobiliárias, que desapareceram após a revolução de 1959, começaram a reaparecer nos anos 90. Hoje só existem algumas poucas empresas do setor na ilha comunista.