Os especialistas responsáveis pela investigação do acidente com o vooAF 447 que caiu há quase dois anos no Oceano Atlântico, quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, divulgaram nota nesta terça-feira (17) classificando de "sensacionalista" a publicação de "informações não validadas" publicadas pelo jornal francês "Le Figaro".
"Publicação sensacionalista sobre informação não validada, já que a análise dos dados a partir dos registros do voo apenas começou, trata-se de uma violação ao respeito com os passageiros e membros da tripulação que morreram e aos familiares destas vítimas, que já sofrem com muitas histórias sensacionalistas", diz o comunicado publicado no site do Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, na sigla em francês).
O organismo indicou que só as informações comprovadas por seus investigadores são válidas e que "as procedentes de outras fontes são nulas" (leia a íntegra da nota no final deste texto).
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Desta forma, o BEA reagiu à publicação de uma informação publicada pelo jornal "Le Figaro" segundo a qual os dados contidos nas caixas-pretas eximem a Airbus de toda responsabilidade, que recai sobre os pilotos.
O jornal indicou em seu site que os primeiros elementos da investigação apontavam para erro dos pilotos como causa do acidente que caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009 com 228 pessoas a bordo, minutos após a decolagem do aeroporto do Rio de Janeiro.
O jornal indicou que essas são as conclusões obtidas a partir dos dados recolhidos das caixas-pretas, recuperadas no início do mês, que chegaram a Paris na quinta-feira passada e que foram lidos no fim de semana.
Íntegra da nota
Leia, abaixo, a íntegra da nota divulgada nesta terça peço órgão responsável pela investigação do acidente:
"De acordo com um artigo publicado pelo ?Le Figaro? na tarde de segunda, 16 de maio de 2011, os ?primeiros elementos extraídos das caixas-pretas? eximiriam a Airbuns de culpa no acidente com o A 330, voo AF 447, que matou 216 passageiros e 12 tripulantes em 1º de junho de 2009.
Publicação sensacionalista sobre informação não validada, já que a análise dos dados a partir dos registros do voo apenas começou, trata-se de uma violação ao respeito com os passageiros e membros da tripulação que morreram e aos familiares destas vítimas, que já sofrem com muitas histórias sensacionalistas.
O BEA repete que, no âmbito de sua missão como autoridade de investigação e segurança, é o único com direito de comunicar sobre o progresso da investigação. Consequentemente, qualquer informação sobre a investigação que proceda de outra fonte é nula se não tiver sido validada pelo BEA.
O conjunto de toda a informação dos gravadores de áudio e dos parâmetros do voo nos dão um alto grau de certeza que todas as circunstâncias deste acidente serão esclarecidas. Os investigadores terão agora que analisar e validar uma grande quantidade de dados complexos. Este é um extenso e detalhado trabalho, e o BEA já anunciou que não vai publicar informações preliminares antes do verão.
Neste estágio da investigação, não é possível tirar conclusões."