
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, finalmente abriu seu “tarifaço”, o primeiro choque comercial de seu governo. Ele afirmou ontem que vai impor sobretaxas a uma série de produtos, como chips, petróleo e metais. E avisou que a União Europeia (UE) está na mira.
Hoje entram em vigor as tarifas de 25% sobre importações de Canadá e México e as de 10% para a China — além das que já são aplicáveis hoje. Para analistas, essas medidas devem elevar os custos no Brasil e no mundo, forçando uma reorganização do comércio global.
— Faremos produtos farmacêuticos e remédios etc., todos os tipos de remédios e produtos farmacêuticos. E faremos, muito importante, aço, e também faremos chips e coisas associadas a chips — disse Trump na Casa Branca. — Vamos colocar tarifas sobre chips. E sobre óleo e gás. Isso vai acontecer em em breve, acho que por volta de 18 de fevereiro. E vamos colocar muitas tarifas sobre aço.
Trump disse ainda que não há nada que Canadá, México e China possam fazer para evitar as tarifas — que ele classifica como uma resposta ao fato de esses países não impedirem a entrada de imigrantes e drogas nos EUA. O presidente americano disse ainda que logo fará “algo muito substancial” em tarifas contra a UE:
— Se vou impor tarifas sobre a União Europeia? Você quer uma resposta honesta ou eu lhe dou uma resposta política? Com certeza. A União Europeia tem nos tratado de forma terrível.
Menos comércio global
Com relação ao petróleo, Trump acenou com tarifas inferiores às de 25% para Canadá e México:
— Acreditamos que devemos reduzir para 10%.
O Instituto Peterson de Economia Internacional calcula que só as tarifas de 25% contra o México e o Canadá reduziriam em cerca de US$ 200 bilhões o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA até o fim do governo Trump. Já os 10% sobre produtos da China reduziriam o PIB em US$ 55 bilhões no mesmo período.