Desaceleração da economia chinesa faz população evitar gastos e mudar estilo de vida

Com a nova desaceleração da economia chinesa, moradores mudaram estilo de vida, gastam menos com roupas e viagens

Economia da China desacelera | Divulgação

Diante da desaceleração econômica, muitos chineses estão adotando medidas para reduzir seu estilo de vida, como cozinhar em casa em vez de comer fora, economizar mais ou limitar as férias. “Este ano, tanto as empresas como as pessoas estão realmente sentindo a pressão econômica”, declarou Yu Qi, funcionário do setor de seguros, à AFP.

Aumento anual de 4,7%

O crescimento econômico da China desacelerou novamente no segundo trimestre de 2024, com um aumento anual de apenas 4,7%. Esse resultado, anunciado nesta segunda-feira (15), seria considerado positivo por outros países, mas para a China representa o menor índice desde o início de 2023, logo após o fim das restrições rigorosas contra a COVID-19 que afetaram a atividade econômica.

Longe do habitual

O dado está longe do crescimento de mais de 10% que o país estava acostumado entre 1980 e 2010. A economia é um tema central na agenda de uma reunião política de alto escalão que acontece até quinta-feira (18) em Pequim, com a presença do presidente Xi Jinping.

Mudanças de hábitos

"Há dois anos, saíamos várias vezes para comer um ‘hot pot’ no restaurante. Agora, para economizar, cozinhamos em casa”, explica Zhao Qing, de 39 anos, que trabalha no setor de finanças.

“Antes, eu comprava roupas em grandes lojas de departamentos. Agora, faço mais compras online ou em pequenas lojas, buscando opções mais baratas”, acrescenta.

Fatores

Diversos fatores estão incentivando os chineses a reduzir o consumo, desde a crise no setor imobiliário até a alta taxa de desemprego entre jovens formados, passando pelas dificuldades para mudar de emprego e os vários estabelecimentos comerciais que fecharam durante a pandemia.

Mudanças de roteiros

“Viajamos menos ao exterior nas férias, priorizamos destinos mais próximos e por menos dias para reduzir custos”, explica Li Xiaojing, de 43 anos, funcionário de um escritório na capital. Ainda assim, ele ressalta que certas despesas são preservadas. “Os últimos gastos que vamos cortar são as atividades das crianças”, afirma.

– “Não é tão grave” –

Sem grandes despesas

Apesar das dificuldades, muitos afirmam que abandonaram grandes despesas, como a compra de imóveis. “Acreditamos que a economia permanecerá estagnada por algum tempo, o que gera um certo pessimismo. Todos estão administrando o dinheiro de maneira mais prudente e economizando”, destaca Li Xiaojing.

Carregue mais
Veja Também
Tópicos
SEÇÕES