O Papa Francisco chegou à Itália nesta segunda-feira (29), após sua participação na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.
O avião que transportava o pontífice, um Airbus A330 da companhia Alitalia, aterrissou no aeroporto de Ciampino, em Roma, às 11h25 (6h25 de Brasília), após percorrer os 9.201 quilômetros que separam o Rio de Janeirox da capital italiana.
O Papa desceu a escada do avião carregando a sua maleta preta de mão, que havia chamado a atenção já na viagem de ida.
Do aeroporto, o pontífice foi de helicóptero até o Vaticano, pondo fim a sua primeira viagem internacional como Papa.
O Papa mandou uma mensagem pelo Twitter avisando que chegou, dizendo que sua alegria era maior que seu cansaço.
Homossexuais não devem ser julgados ou marginalizados, diz Papa
O Papa Francisco disse nesta segunda-feira (29) que os homossexuais não devem ser "julgados ou marginalizados" e que devem ser integrados à sociedade.
Conversando com jornalistas a bordo do avião que o trouxe do Rio a Roma, Francisco também afirmou que, segundo o Catecismo da Igreja Católica, a orientação homossexual não é pecado, mas os atos, sim.
"Se uma pessoa é gay e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?", disse.
"O Catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem", disse. "Ele diz que eles não devem ser marginalizados por causa disso, mas que devem ser integrados à sociedade."
"O problema não é ter essa orientação. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas invejosas, lobbies políticos, lobbies macônicos, tantos lobbies. Esse é o pior problema", disse.
As declarações foram feitas quando o Papa respondia a uma pergunta sobre o chamado lobby gay do Vaticano.
"Vocês veem muito escrito sobre o lobby gay. Eu ainda não vi ninguém no Vaticano com um documento de identidade dizendo que é gay", brincou.
Mulheres
Francisco também afirmou que a proibição de mulheres sacerdotes na Igreja Católica é "definitiva", apesar de que ele gostaria que elas tivessem mais papéis de liderança nas atividades pastorais e de administração.
"A Igreja falou e disse "não"... essa porta está fechada", disse, em seu primeiro pronunciamento público sobre o tema como Papa.
Ele se referiu a um documento firmado pelo falecido Papa João Paulo II de que o banimento do sacerdócio feminino era parte dos ensinamentos infalíveis da Igreja e é definitivo.
A Igreja afirma que não pode ordenar mulheres porque Jesus só escolheu homens para serem seus apóstolos. Defensores do sacerdócio feminino dizem que ele estava agindo conforme os costumes daquele tempo.