O governo egípcio relatou neste domingo que os protestos que começaram no dia 25 de janeiro causaram mais de U$ 6,2 bilhões em perdas, após a realização do primeiro Conselho de Ministros depois da renúncia do presidente Hosni Mubarak.
"O cálculo das perdas feito pelo banco Crédit Agricole é de US$ 310 milhões diários, durante 20 dias", disse o ministro das Finanças egípcio, Samir Radwan, em entrevista coletiva concedida ao lado do chefe do Executivo, Ahmed Shafiq, e o titular de Interior, Mahmoud Wagdi.
No entanto, Radwan ressaltou que as projeções deste banco francês estavam estimadas para baixo. O ministro das Finanças, que advertiu que "as consequências destes fatos são graves", precisou que o nível de atividade do setor turístico, que descreveu como o mais afetado pela revolução, se encontrava entre 6% e 8 % no Mar Vermelho e entre 2% e 4% em Luxor e Assuã.
As duas cidades, situadas no sul, e a costa do Mar Vermelho, no leste, são os principais polos de atração turística do país, junto ao Museu Egípcio e as pirâmides, que ficam no Cairo.
Além disso, Radwan lembrou que este setor, que atrai uma renda anual de US$ 11 bilhões, perdeu 1,2 milhão de turistas quando começaram os protestos populares que desembocaram na queda de Mubarak.
O ministro das Finanças também advertiu que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que tinha atingido os 5,8% e que, segundo disse, deveria chegar aos 6% no próximo ano, ia ser reduzido em entre 3,5% e 4%.
Já o primeiro-ministro, que afirmou que a situação econômica estava sob controle, pediu aos egípcios que voltassem a suas casas e postos de trabalho, destacando que a prioridade atual do Executivo é o retorno da calma após as três semanas de protestos.
Shafiq também declarou que Mubarak, que abandonou o poder na sexta-feira, se encontra na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh e que não tinha informação sobre uma possível viagem ao exterior.