Em uma entrevista à rede americana CNN divulgada nesta quinta-feira (9), Angie Gregg, filha do homem acusado de sequestrar e estuprar três mulheres por dez anos, disse que o pai está "morto" pra ela e que após a revelação do fato, várias "peças se encaixaram". Segundo ela, o pai sempre mantinha portas fortemente trancadas dentro de sua casa e às vezes deixava a mesa do almoço em família por uma hora ou mais sem nenhuma explicação.
Ariel Castro apareceu nesta quinta pela primeira vez no tribunal e recebeu acusações de sequestro e abuso sexual. Sua fiança foi estipulada em US$ 8 milhões. Duas das mulheres sequestradas já voltaram para a casa das famílias.
Na entrevista, Angie Gregg disse que o Ariel era um pai "amigável e carinhoso". Chocada com a descoberta, ela disse que nunca quer vê-lo novamente. "Eu fico imaginando, nesse tempo todo, como ele pôde ser tão bom conosco, mas (supostamente) ter levado aquelas jovens mulheres, pequenas garotas, o bebê de alguém, para longe de suas famílias e por tantos anos nunca se sentiu culpado o suficiente para deixá-las ir."
Pena de morte
Um promotor do estado norte-americano de Ohio disse que buscará acusações de homicídio agravado, o que pode levar à pena de morte, contra um ex-motorista de ônibus escolar de Cleveland acusado de sequestrar e estuprar três mulheres durante uma década de cativeiro em sua casa.
As acusações seriam motivadas pelos abortos forçados sofridos, segundo a polícia, por uma das mulheres capturadas por Ariel Castro.
O promotor do Condado Cuyahoga, Timothy McGinty, disse em entrevista coletiva que seu gabinete tem a intenção de apresentar acusações de sequestro e agressão sexual, bem como de homicídio agravado.
Os promotores também planejam apresentar acusações relacionadas aos muitos abusos sofridos por Amanda Berry, Gina DeJesus e Michelle Knight, assim como pela filha de Amanda, de 6 anos, que nasceu no cativeiro, afirmou McGinty. "Tenho a intenção de buscar acusações para cada ato de violência sexual, estupro, cada dia de sequestro, cada ataque criminoso e cada ato de homicídio agravado por impedir várias gestações que o infrator cometeu", afirmou.